Avaliação de Métodos diagnósticos, Morfológicos e Biomoleculares em Mulheres encaminhadas com citologia alterada
Palavras-chave:
HPV, lesão intraepitelial cervical, câncer cervical, citologia convencional, citologia em meio líquido, teste DNA-HPV, DSTResumo
Introdução: o câncer do colo uterino é a neoplasia mais frequente em mulheres de países em desenvolvimento. Doença causada pela infecção persistente com diferentes tipos de papilomavírus humano (HPV) classificados em baixo e alto risco, de acordo com o potencial oncogênico. Objetivo: em mulheres com diagnóstico citopatológico anormal por ocasião de exame de rastreamento do câncer cervical, encaminhadas por diferentes postos de atendimento do Sistema Único de Saúde para serviço universitário de referência e com diagnóstico definitivo de lesão intraepitelial de alto grau ou câncer cervical, avaliar a eficácia diagnóstica de métodos morfológicos e biomoleculares utilizados de maneira isolada ou em associação; e a prevalência, estratificada em duas faixas etárias, abaixo de 30 e igual ou superior a 30 anos, do HPV tipos 16, 18 e 45. Métodos: estudaram-se 167 mulheres encaminhadas ao Ambulatório de Patologia Cervical e Colposcopia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, no período de novembro de 2002 e dezembro de 2003, com colo uterino íntegro, não grávidas e sem história de câncer no trato genital inferior. Coletaram-se, de todas as mulheres, amostras para estudo citológico, convencional e em meio líquido, e para os testes de DNA-HPV. Considerou-se como diagnóstico histopatológico final a avaliação mais grave dentre os possíveis espécimes, biópsia, conização ou peça cirúrgica, que a paciente pudesse ter. Resultados: não há qualquer diferença no tocante à sensibilidade, ao valor preditivo positivo e negativo e à acurácia dentre os métodos diagnósticos estudados, porém a associação da citologia com o teste DNA-HPV tem menor especificidade que o exame citológico isolado, quer convencional ou em meio líquido. A prevalência do HPV 16, 18 e 45 cai de 88,9% para 50,0% nas mulheres com 30 anos ou mais (p = 0,02). Conclusão: nas mulheres encaminhadas ao ambulatório de PTGIC do HU-UFJF com colpocitologia alterada não se justifica a realização de qualquer exame confirmatório, devendo realizar-se imediatamente a colposcopia para se ter o desfecho diagnóstico.