Alterações pancreáticas relacionadas à síndrome da imunodeficiência adquirida na infância
Palavras-chave:
HIV, DST, infecções oportunistas, tratamento com antirretrovirais, pancreatiteResumo
Introdução: estudos recentes têm revelado a existência de manifestações pancreáticas sérias em estágios terminais da infecção por HIV. Poucos relatos são encontrados correlacionando, do ponto de vista anatomopatológico, as infecções por HIV, agentes etiológicos causadores de infecções oportunistas e drogas utilizadas nos diferentes esquemas terapêuticos. Objetivo: Este trabalho tem como foco estabelecer a correlação entre crianças com aids, seu tratamento e a frequência de infecções oportunistas, com a ocorrência de pancreatite. Métodos: foram correlacionados os dados de 14 necropsias pediátricas (sete do sexo feminino e sete do masculino, com faixa etária entre 3 meses a 11 anos) com diagnóstico clínico e laboratorial de aids. As necropsias foram realizadas no Serviço de Anatomia Patológica do HUAP da Universidade Federal Fluminense. Resultados: os resultados revelaram alterações macroscópicas em três casos, e microscópicas compatíveis com pancreatite em sete casos. Dos 14 pacientes, três registraram uso de medicação antirretroviral e 12 apresentaram agentes de infecções oportunistas, dois deles com mais de um agente infeccioso. Conclusão: nossos achados reforçam a correlação positiva entre o vírus HIV e a pancreatite, sugerindo que infecções oportunistas comuns possam estar relacionadas à etiologia da pancreatite detectada nesses pacientes. O comprometimento pancreático parece não se relacionar ao uso de antirretrovirais. Este estudo fornecerá subsídios para a compreensão da patogenia dos acometimentos pancreáticos causados pelo vírus HIV, por agentes oportunistas e drogas utilizadas na terapia