Infecções congênitas (sífilis e vírus da imunodeficiência humana) em hospital federal no Rio de Janeiro
Palavras-chave:
recém-nascido, gravidez, transmissão vertical de doenças infecciosas, sífilis, HIVResumo
Introdução: As infecções congênitas estão relacionadas a um risco mais elevado de morbimortalidade no período neonatal e geram sérias complicações no recém-nascido. Dentre as infecções sexualmente transmitidas (IST) presentes nesse grupo, a sífilis e a exposição vertical ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) ainda são um desafio em pleno século XXI. Objetivo: Avaliar a prevalência da sífilis congênita e exposição ao HIV entre as infecções congênitas. Métodos: Estudo de corte transversal e analítico, com dados coletados nos prontuários de alta dos recém-nascidos que ficaram internados na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional, Canguru e Alojamento Conjunto, no banco de dados do Serviço do Hospital Federal de Bonsucesso, de janeiro de 2015 a dezembro de 2018. Resultados: No período do estudo, 2.202 recém-nascidos receberam alta hospitalar e 474 apresentaram positividade para infecção congênita (21,8%). Nos quadros de infecção congênita, a sífilis congênita (398–84,0% dos casos) e a infecção materna pelo HIV (40–8,4%) foram as situações clínicas mais frequentemente encontradas. Ficou evidente a relação entre a realização do pré-natal e a ausência de infecção congênita. Desses recém-nascidos, 117 (5,3%) foram prematuros, 352 (16,3%) tinham mais de 37 semanas e 95 (23,7%) tinham peso abaixo de 2.500 g. Conclusão: A infecção congênita foi uma das principais causas de morbidade neonatal; a sífilis e o HIV tiveram as maiores prevalências, estando associados às mortes redutíveis por adequada atenção à mulher na gestação. Os serviços de perinatologia demandam um grande esforço para atender essas situações evitáveis e indesejáveis.