Prevenção da transmissão vertical no Projeto “Sífilis Não”
um estudo sobre as especificidades dos comitês/espaços de investigação da Região Norte do Brasil
Palavras-chave:
transmissão vertical de doenças infecciosas, sífilis, política públicaResumo
Introdução: Os Comitês de Investigação da Transmissão Vertical (CITV) são estratégicos para a prevenção da transmissão vertical da sífilis e uma das ações fundamentais do projeto “Sífilis Não”, principalmente pelo seu papel na análise de oportunidades que foram perdidas pela rede de vigilância e atenção, seu potencial de identificar falhas/dificuldades na resposta à sífilis e por se configurar como espaço de recomendação de medidas de intervenção para qualificar a rede de serviços de saúde. Objetivo: Descrever e analisar a situação dos CITV/espaços de investigação da sífilis como estratégicos para prevenção da transmissão vertical da sífilis a partir da implementação do projeto “Sífilis Não” nos municípios prioritários da região Norte do Brasil. Métodos: Estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. Coleta de dados realizada via on-line utilizando questionários aplicados pelo projeto na plataforma LUES/FormLUES de julho/2019 a dezembro/2020 e relatórios, atas de reuniões, relatos de experiências, entre outros documentos produzidos por atores do projeto. Utilizaram-se análise de conteúdo e revisão bibliográfica/documental. Resultados: A região Norte tem oito municípios prioritários para o projeto “Sífilis Não”, todos com alguma estratégia de CITV para sífilis. A partir da implementação do projeto, cinco municípios prioritários e três estados da região passaram a contar com CITV em sua formação inicial para prevenção da transmissão vertical da sífilis. Entre as dificuldades para a instauração e fortalecimento dos CITV está a falta de recursos humanos. Atores estratégicos da região Norte apontaram avanços/ melhorias na rede de serviços a partir da instauração dos comitês, tais como: organização do espaço investigativo, investigação por visita domiciliar/ prontuário e ampliação da rede. Quanto às oportunidades perdidas na PTVS, verificou-se que há relação com ausências/falhas no acesso e assistência ao pré-natal. Conclusão: As estratégias de CITV são espaços relevantes para a prevenção da transmissão vertical da sífilis e a manutenção deles como eixo de prevenção no projeto “Sífilis Não” é fundamental para redução da sífilis congênita e consequentemente da mortalidade infantil.