Análise das notificações de sífilis congênita em um hospital universitário na cidade de Niterói de 2016 a 2020
Palavras-chave:
sífilis congênita, serviços de vigilância epidemiológica, saúde públicaResumo
Introdução: A eliminação da sífilis congênita é um desafio para a saúde pública mundial. A falha de planos de controle anteriores força as autoridades a
repensar as estratégias, sendo a notificação compulsória ferramenta importante na obtenção de dados. Objetivo: Analisar as notificações de sífilis congênita
pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica do Hospital Universitário Antônio Pedro no período entre janeiro de 2016 e agosto de 2020. Métodos:
Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo. Na análise descritiva das variáveis categóricas, foram utilizadas as frequências absolutas e relativas; já para
numéricas, foram utilizadas as medidas tendência central e dispersão. Foram feitos correlação de Spearman, teste de Mann-Whitney e teste exato de Fisher
com o software R (versão 4.0.3). Foram considerados os critérios de Hills para causalidade. Resultados: Das 67 fichas examinadas, duas foram excluídas
por duplicidade. Foram analisadas 48 variáveis. Nenhuma ficha estava completamente preenchida, e alguns dados estavam ausentes em mais de 90%. De
acordo com os dados maternos, 60% das pacientes são de Niterói, com idade de 23,09 anos em média, pardas (32,31%), 13,85% não terminou os estudos
da 5ª a 8ª série e 80% fez pré-natal, porém menos da metade teve tratamento adequado indicado. Quanto às crianças, 55,38% eram do sexo feminino, 40%
pardas, com idade média de 90,98 dias; 72,31% nasceram no Hospital Universitário Antônio Pedro. Quanto às que não nasceram nesse hospital, o local
de nascimento foi significativo para que fossem assintomáticas (69,23%, p=0,001); já o sintoma mais comum foi a icterícia. Conclusão: A melhora do
seguimento e investigação dos casos notificados pode diminuir significativamente essa alta porcentagem de informações ausentes, melhorando a qualidade
da informação. A maioria das gestantes fez acompanhamento pré-natal e, portanto, trata-se de caso evitável, já que o diagnóstico materno no período
periparto acontece quando a chance de transmissão vertical já ocorreu e já há consequências para a criança.