Prevalência e fatores associados à sífilis em adultos atendidos em unidades de saúde de Vitória (ES), Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5327/dst-2177-8264-20213328Palavras-chave:
sífilis, sorologia, prevalência, BrasilResumo
Introdução: Existem poucos estudos em amostras populacionais sobre a prevalência da sífilis no Brasil. Objetivos: Determinar a soroprevalência de
sífilis e identificar fatores associados à infecção em pacientes adultos atendidos nas unidades das seis regiões de saúde do Município de Vitória, Estado
do Espírito Santo. Métodos: Foi realizado um estudo transversal entre setembro de 2010 e dezembro de 2011. Para os indivíduos incluídos no estudo,
foram realizados o teste Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) e dois testes treponêmicos (imunocromatográfico e IgG ELISA). Foram coletados
dados demográficos, histórico de infecções sexualmente transmissíveis e dados comportamentais. Resultados: Dos 1.502 indivíduos incluídos no estudo,
47% eram homens e 53% eram mulheres. A média de idade foi de 41,63±14,57 anos. A prevalência de sífilis foi de 0,9% (IC95% 0,4–1,3) quando
considerado diagnóstico de sífilis com títulos de VDRL iguais ou superiores a 1:8. Porém, a prevalência foi maior (2,8%) quando considerado VDRL
positivo, independente do título. Análise multivariada mostrou associação significativa da sífilis com comportamento homo ou bissexual [OR=6,80; IC95%
1,00–46,20], história prévia de infecções sexualmente transmissíveis [OR=16,30; IC95% 3,61–73,41], tatuagem [OR=6,21; IC95% 1,49–25,84] e uso de
cocaína [OR=6,80; IC95% 1,15–40,30]. A prevalência de teste treponêmico positivo foi de 10,4%. Conclusão: A soroprevalência de sífilis ativa nesta
população foi semelhante à observada em outros estudos populacionais no Brasil. A alta prevalência nos testes treponêmicos positivos pode ser devida a
cicatriz sorológica de infecção curada, mas pode também estar associada a casos de sífilis primária ou tardia, que não foram detectados pelo teste de VDRL.