Adesão a terapia antirretroviral e alterações da composição corporal em pessoas vivendo com HIV/AIDS
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-20213334Palavras-chave:
adesão terapêutica, AIDS, terapia antirretroviral, composição corporalResumo
Introdução: O sucesso do tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) depende da adesão à terapia antirretroviral (TARV). Desde o
desenvolvimento da TARV, houve aumento significativo da sobrevida das pessoas que vivem com HIV/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Porém, da mesma forma que atua de modo positivo, a terapia antirretroviral possui efeitos colaterais que acabam influenciando a taxa de adesão terapêutica ao
tratamento medicamentoso. Esses efeitos incluem significativas alterações na composição corporal, resistência à insulina e dislipidemias. Objetivo: Avaliar
a adesão à terapia antirretroviral e descrever alterações na composição corporal de adultos com diagnóstico de HIV/AIDS que usaram terapia antirretroviral
por no mínimo 12 meses. Métodos: Estudo transversal realizado em um ambulatório de doenças infectoparasitárias em Hospital Universitário, referência no
tratamento de pessoas que vivem com HIV/AIDS. Verificou-se dados sociodemográficos e clínicos nos prontuários. Foram registrados peso, altura, índice de
massa corporal (IMC) e circunferência abdominal (CA). Realizou-se a bioimpedância segundo o protocolo da técnica tetrapolar para avaliação da composição
corporal. Para avaliar a adesão terapêutica foi usado o Cuestionario para la Evaluación de la Adhesión al Tratamiento Antiretroviral. Resultados: Foram
estudados 61 pacientes, 27 mulheres e 34 homens; a maior parte tinha acima de 40 anos e IMC classificado como sobrepeso. A maioria dos pacientes (86,8%)
usavam TARV há mais de cinco anos e 78,6% se autodeclararam sedentários. Do total de pacientes que apresentaram circunferência abdominal adequada,
82,3% eram homens. Dos 11 pacientes que se classificaram como baixa adesão à TARV, 90,9% eram homens, e dos 33 que se classificaram como estritamente
aderentes, 69,6% eram mulheres. Os homens apresentaram 28,63% de média de porcentual de massa gorda (%MG), enquanto as mulheres apresentaram
40,82%. Conclusão: A adesão estrita à TARV foi vista em mais da metade da população estudada. As mulheres apresentaram mais efeitos colaterais oriundos
da TARV, visto que este grupo mostrou uma adesão maior ao tratamento. Isso reforça a relação entre altas taxas de adesão à terapia medicamentosa e
alterações na composição corporal, como o aumento da deposição de gordura e riscos de doenças associadas.