Tendência temporal e causas de mortalidade por HIV/AIDS no estado de Santa Catarina, 2010–2019
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-2022341186Resumo
Introdução: Embora a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) não tenha cura, o tratamento antirretroviral aumentou consideravelmente a sobrevida das pessoas que vivem com a doença ou com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), diminuindo a ocorrência de infecções oportunistas nesses pacientes. Assim, esse tratamento mudou as taxas de mortalidade e diversificou as causas de óbito, incluindo motivos relacionados ao aumento da longevidade, como doenças crônicas não transmissíveis comuns à população não infectada. Dessa forma, a atual transição epidemiológica motiva o estudo do perfil dos óbitos em pessoas com HIV/AIDS no estado de Santa Catarina. Objetivo: Investigar as características dos casos, a tendência temporal e a distribuição dos óbitos em pessoas com HIV/AIDS no estado de Santa Catarina entre os anos de 2010 e 2019. Métodos: Neste estudo epidemiológico com delineamento ecológico, foram consultados todos os registros de óbitos do Sistema de Informação sobre Mortalidade de Santa Catarina ocorridos entre os anos de 2010 e 2019 que apresentassem entre as causas o HIV/AIDS. Resultados: Foram analisados 5.174 registros de óbitos. A taxa de mortalidade média entre pessoas com HIV/AIDS do período foi de 7,64 óbitos a cada 100 mil habitantes (95% intervalo de confiança — IC95% 6,61–8,67), sendo de 8,99 em 2010 e 6,06 em 2019, mostrando tendência de queda de 0,38 pontos percentuais ao ano. Conclusão: Observou-se tendência de queda na mortalidade. A concentração dos óbitos foi na faixa litorânea, em cidades mais populosas. Ademais, a constatação do falho preenchimento da declaração de óbito aponta para a necessidade de investir no aprimoramento do treinamento dos profissionais responsáveis por esse documento.