Perfil de mulheres HIV positivo atendidas no serviço de assistência especializada da Faculdade de medicina – UFPEL

Resumo

Introdução: a contaminação pelo HIV entre as mulheres vem aumentando. No Brasil (1980-2002), registraram-se mais de 250.000 casos, 28% em mulheres. Conhecer as características das mulheres HIV+ pode auxiliar na identificação e elaboração de programas de prevenção mais efetivos. Objetivo: identificar características socioeconômicos, demográficas, reprodutivas, hábitos e comportamentos entre mulheres HIV+ atendidas em um Serviço de Assistência Especializada (SAE) de uma cidade de porte médio do sul do Brasil. Métodos: utilizou-se um questionário padronizado para entrevistar mulheres HIV+ com 15 anos ou mais, enfocando comportamento sexual, uso de preservativos e outras características individuais. Resultados: foram entrevistadas 340 mulheres, 37,6% sabiam do contágio pelo HIV há mais de três anos e 52% eram assintomáticas. A idade média das pacientes foi de 32,5 anos; 68% eram brancas; 38% tinham até 4 anos de escolaridade; e 88% tinham renda familiar per capita menor de um salário mínimo. Metade das pacientes era fumante. 32% e 18%, respectivamente, achava que boa dieta e evitar banheiros públicos protegia do HIV e 24% que as pessoas portadoras do HIV devem manter segredo; 39% não utilizou preservativo na última relação sexual. Conclusão: as pacientes estudadas foram mais jovens do que as notificadas no Brasil, em geral; com prováveis fatores de risco, sendo a baixa escolaridade e a renda, o que dificultam sua abordagem terapêutica. As pacientes realizaram mais exames preventivos do câncer de colo uterino, demonstrando uma preocupação médica face ao seu maior risco de câncer de colo. Muitos não usam preservativos, dificultando o controle da doença.