Caracterização clínico-epidemiológica de mulheres que receberam a profilaxia pós-exposição ao HIV em um hospital público de Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-2023351256

Palavras-chave:

HIV, infecções sexualmente transmissíveis, profilaxia pós-exposição, prevenção

Resumo

Introdução: Estratégias de prevenção são fundamentais para o combate à epidemia de infecções como o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sífilis. O cenário epidemiológico de Porto Alegre/RS para essas infecções mostra a necessidade de maiores esforços na área de prevenção, buscando caracterizar tanto a população que utiliza essas estratégias quanto os serviços envolvidos no atendimento das pessoas expostas. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico das pacientes que receberam a profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV atendidas em um hospital público de Porto Alegre/RS. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, documental, descritivo e baseado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para PEP, atualizado em 2021 pelo Ministério da Saúde. Foram analisados os formulários de solicitação da profilaxia e prontuários das pacientes atendidas. Resultados: A população foi composta de 87 mulheres que receberam a PEP no período de janeiro a setembro de 2019. Predominaram mulheres com idades entre 20 e 29 anos (55,2%). A exposição sexual mais frequente foi a consentida (69,0%), seguida pela violência sexual (31,0%). Porto Alegre foi o local de residência da maioria das pacientes (73,6%). O esquema terapêutico utilizado com maior frequência foi a combinação com atazanavir, ritonavir e tenofovir associado à lamivudina. No primeiro atendimento, 8,0% das pacientes demonstraram resultados reagentes para o teste treponêmico de sífilis. Retornaram para a realização dos testes anti-HIV no primeiro e terceiro mês após a exposição apenas 23,0 e 14,9% das pacientes, respectivamente, e os resultados foram não reagentes. Apenas 19 delas (21,8%) compareceram às consultas entre zero e 28 dias posteriores à PEP. Conclusão: Foi identificado que um percentual considerável de mulheres já apresentava sorologia reagente para sífilis, a maioria das mulheres não retornou para o seguimento no período de 28 e 90 dias após o primeiro atendimento, mais da metade delas tinha idade entre 20 e 29 anos e a exposição sexual mais frequente foi a consentida. Nesse sentido, são necessários esforços como aconselhamento adequado, adoção de intervenções como o envio de mensagens pelo celular, ligações telefônicas e elaboração de materiais educativos, buscando a melhoria da adesão ao tratamento e do acompanhamento no serviço, o que é importante diante do cenário epidemiológico de Porto Alegre.

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Publicado

2023-05-18

Como Citar

1.
Fagundes PP, dos Santos KG, Maggi CB. Caracterização clínico-epidemiológica de mulheres que receberam a profilaxia pós-exposição ao HIV em um hospital público de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. DST [Internet]. 18º de maio de 2023 [citado 3º de julho de 2024];35. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/1256

Edição

Seção

Artigo original