Aceitabilidade da teleconsulta em um serviço público especializado na prevenção e cuidado da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-20231286Palavras-chave:
Telessaúde, Telemedicina, Teleconsulta síncrona, Consulta remota, Aceitação pelo paciente de cuidados de saúde, HIV, Infecções sexualmente transmissíveisResumo
Introdução: A telemedicina foi alavancada por sua contribuição para mitigar o impacto da COVID-19 no Brasil e no mundo. Objetivo: Pretendemos avaliar a aceitabilidade da incorporação da teleconsulta por videoconferência síncrona por usuários e profissionais de um serviço especializado na prevenção e tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e outras infecções sexualmente transmissíveis, bem como identificar fatores associados. Métodos: Estudo transversal com 410 usuários e 57 profissionais, que responderam a um questionário padronizado por categoria. Os preditores de aceitabilidade foram avaliados utilizando-se um modelo de regressão logística. Resultados: O total de 364 (88,8%) usuários disseram que aceitariam a modalidade. Os fatores positivamente associados à probabilidade de aceitação foram a autoavaliação quanto a ter condições favoráveis para participar de uma teleconsulta (razão de chances ajustada — aOR 54,8; intervalo de confiança de 95% — IC95% 12,4–242,1; p<0,001), a percepção de poupar dinheiro (aOR 5,2; IC95% 1,9–14,0; p=0,001) e a percepção de conveniência da modalidade (aOR 6,7; IC95% 2,9–15,9; p<0,001). As menores probabilidades de aceitação foram o medo de não ser bem avaliado (aOR 0,2; IC95% 0,1–0,4; p<0,001) e de permanecer muito tempo sem ver o profissional (aOR 0,2; IC95% 0,1–0,5; p<0,001). A aceitação da modalidade pelos profissionais foi de 75,4% e a percepção de sua conveniência (aOR 16,8; IC95% 2,6–108,4; p=0,003) e a de que a instituição possui condições favoráveis (aOR 7,7; IC95% 1,5–40,6; p=0,016) foram associadas com a maior probabilidade de aceitar a incorporação da modalidade em sua rotina. Conclusão: A governança deve investir em infraestrutura e apoio, protocolos seguros, literacia digital e treinamento de seus usuários e funcionários para a videoconsulta.