Atitudes frente à síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) e o atendimento domiciliar do paciente

Resumo

Tomando como referencial teórico a concepção afetivocognitiva de atitudes proposta por Fishbein e Ajzen (1975), entrevistas realizadas em 36 mães de portadores e não portadores do HIV definiram 23 conteúdos relacionados ao tratamento, doença e paciente buscando levantar subsídios para o planejamento de s uporte do atendimento domicihar da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Análise fatorial pelo Sistema Varimax de Rotação sobre 91 observações com universitários, tomando- se como critério saturações acima de .50 para inclusão de itens e E.V. acima de 1.00 para composição de fatores, isolou sete dimensões relacionadas à Aversão/Impotência, Formas de Contágio, Resposta Psicológica do Paciente, Apoio/Acompanhamento Clínico, Ambivalência Relação/ Tratamento, Opos ição/Resistência à Doença, Fuga/Solidão. Cotn base nestas dimensões, estudos diferenciais entre mães de portadores e não portadores do HIV foram realizados através do teste de Mann-Whitney, com p <.05 como critério de rejeição da hipótese de igualdade. Valores significantes para Fuga/Solidão (Zu= -1.97; P= .04) sugerem que mães de não portadores são mais propensas à crenças sobre o isolamento social decorrente da AIDS. Estudos em separado, de componentes cognitivos e afetivos, indicaram, para A versão/1m potência, diferenças significantes sobre conteúdos relacionados com a "fé em Deus "(Zu= -2. 71; P= .007), s ugerindo nas mães de portadores uma perspectiva teleológica frente ao tratamento da AIDS. Além disso, mães de não portadores apresentam cognições mais salientes quanto à necessidade do paciente realizar atividades produtivas, de modo a facilitar o tratamento. Frente tais resultados, algumas perspectivas para o engajamento no tratamento domiciliar da AIDS são analisadas, considerando algumas particularidades diferenciais de mães de pacientes/ portadores do HIV, encontradas neste trabalho.