Perfil epidemiológico de sífilis gestacional e sífilis congênita em centro de referência no Nordeste do Brasil: fatores de risco e tendência de 2019 a 2021

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-2023351304

Palavras-chave:

sífilis, sífilis congênita, gravidez de alto risco, epidemiologia, cuidado pré-natal

Resumo

Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa e sistêmica causada pela bactéria Treponema pallidum. Em Recife, situa-se o Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, maternidade de referência para gestações de alto risco. Ela inclui o manejo das principais infecções sexualmente transmissíveis durante o pré-natal, abarcando a sífilis gestacional e a sífilis congênita. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico da população exposta a esses agravos, a taxa de detecção de sífilis gestacional, a incidência de sífilis congênita e de desfechos desfavoráveis associados no Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros / Universidade de Pernambuco entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo com gestantes e neonatos atendidos e notificados com sífilis, no Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros. Dados foram obtidos das Fichas de Notificação/Investigação para sífilis gestacional e sífilis congênita, durante o período de janeiro de 2019 a dezembro de 2021. Resultados: Foram notificados 463 casos de sífilis gestacional e 296 de sífilis congênita no Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros. Nos anos do estudo foram computados, respectivamente, 4.444, 4.360 e 4.265 nascidos-vivos, constatando-se as respectivas taxas de detecção de sífilis gestacional — 33,30; 36,92 e 36,10 por mil nascidos-vivos — e de incidência de sífilis congênita — 26,1; 21,33 e 20,39 por mil nascidos-vivos. Com relação ao perfil sociodemográfico, as principais variáveis foram gestantes que estavam no terceiro trimestre, pardas, com ensino fundamental incompleto e que residiam em zona urbana. Observou-se baixa cobertura pré-natal (70,6%), e a maioria, 217 (73,3%) foi diagnosticada com sífilis gestacional no momento do parto ou curetagem, ou após o parto. Quanto à evolução dos casos de sífilis congênita, percebeu-se desfechos desfavoráveis em 40 (13,5%), entre os quais 16 (40%) abortos, dez (25%) natimortos, nove (22,5%) óbitos por sífilis congênita e cinco (12,5%) óbitos por outra causa. Conclusão: As taxas de detecção da sífilis gestacional e incidência de sífilis congênita continuam alarmantes, e os desfechos desfavoráveis foram expressivos, sendo os principais abortos e natimortos. Os fatores associados apontam para a má qualidade na assistência pré-natal e a urgente necessidade de mudança das políticas públicas de atenção à gestante e ao recém-nascido, associadas às assistências socioeconômicas, para mudar o dramático quadro da sífilis congênita no Brasil.

 

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Publicado

2023-04-18

Como Citar

1.
Rodrigues Barbosa de Moraes A, Gusmão de Almeida AB, Labanca da Silva Azevêdo B, Manoel de Freitas G, Bezerra Menezes ML, Medeiros de Melo Barros R, et al. Perfil epidemiológico de sífilis gestacional e sífilis congênita em centro de referência no Nordeste do Brasil: fatores de risco e tendência de 2019 a 2021. DST [Internet]. 18º de abril de 2023 [citado 3º de julho de 2024];35. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/1304

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Artigo original