Prevalência de reinternações hospitalares precoces em unidade de referência para tratamento de pessoas que vivem com HIV situada em Ribeirão Preto, Brasil

Resumo

Introdução: A taxa de reinternação em 30 dias após a alta tem sido usada para indicar a qualidade dos cuidados de saúde. No entanto, dados precisos sobre esse indicador ainda são escassos no Brasil, principalmente entre pessoas que vivem com HIV. Objetivo: Avaliar a taxa de reinternação hospitalar precoce em pessoas que vivem com HIV, bem como o perfil dos pacientes readmitidos, e identificar fatores associados às readmissões. Métodos: Estudo tipo coorte prospectivo com pacientes internados entre agosto de 2016 e agosto de 2018 em hospital universitário do estado de São Paulo, Brasil. Foram avaliados dados clínicos, laboratoriais, indicadores sociais, uso de drogas ilícitas e adesão ao tratamento. Os participantes foram monitorados quanto à reinternação hospitalar no período de 30 dias após a internação índice. Resultados: Foram incluídos 71 pacientes, com predomínio de homens entre 30 e 60 anos, com baixo nível socioeconômico e de escolaridade, controle inadequado da infecção pelo HIV e uso frequente de substâncias psicoativas. A taxa de reinternação em 30 dias encontrada foi de 22%. As doenças gastrointestinais foram as mais frequentes nas internações índices e nas reinternacões precoces. Conclusão: A taxa de reinternação precoce em pessoas que vivem com HIV foi de 22%. As doenças gastrintestinais foram as mais prevalentes. Houve predomínio de homens, com baixo nível de escolaridade, baixa inserção no mercado de trabalho, considerável taxa de uso de substâncias psicoativas e condições de vulnerabilidade social nas admissões e readmissões precoces.