Utilização da concentração de CXCL13 no líquido cefalorraquidiano para o diagnóstico e monitoramento de neurossífilis: um relato de três casos
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-2023351390Palavras-chave:
CXCL13, Neurossífilis, Líquido cefalorraquidiano, Treponema pallidumResumo
Introdução: Estudos retrospectivos anteriores demonstraram que a concentração do ligante de quimiocina CXCL13 no líquido cefalorraquidiano (CSF-CXCL13) é um biomarcador promissor no diagnóstico de neurossífilis e, adicionalmente, no monitoramento da eficácia terapêutica. Objetivo: Descrever três casos de pacientes com neurossífilis (NS) tratados no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle no Rio de Janeiro, Brasil, com suspeita de sífilis ativa com sintomas neurológicos. Relato de casos: Três pacientes do Rio de Janeiro, Brasil, foram investigados para NS sintomática. A concentração de CSF-CXCL13 foi prospectivamente realizada por ensaio imunoenzimático (ELISA) em todos os participantes no início e nas visitas de acompanhamento três meses após a terapia. As concentrações de CSF-CXCL13 foram significativamente mais altas em todos os três pacientes com NS estabelecida. As concentrações de CSF-CXCL13 diminuíram após três meses de terapia em comparação com os níveis iniciais em todos os casos relatados. A alta concentração adicional de CSF-CXCL13 combinada com a reatividade CSF-TPHA acima do título 1:40 foram condizentes com o diagnóstico de NS em 100% dos casos. Conclusão: Nesta série de casos, apresentamos três casos de neurossífilis diagnosticados usando CXCL13 no LCR como teste complementar. Essas séries de casos sugerem que o uso clínico de CSF-CXCL13 é útil como biomarcador suplementar para NS e como monitoramento da eficácia da terapia NS, especialmente em pacientes com CSF-VDRL não reativo, excluindo outras doenças neurológicas.
Downloads
Referências
Collart P, Franceschini P, Durel P. Experimental rabbit syphilis. Br J Vener Dis. 1971;47(6):389-400. https://doi.org/10.1136/sti.47.6.389
Ghanem KG. REVIEW: neurosyphilis: a historical perspective and review. CNS Neurosci Ther. 2010;16(5):e157-e68. https://doi.org/10.1111/j.1755-5949.2010.00183.x
Domingues CSB, Lannoy LH, Saraceni V, Cunha ARC, Pereira GFM. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: vigilância epidemiológica. Epidemiol Serv Saúde. 2021;30(1):e2020549. http://dx.doi.org/10.1590/s1679-4974202100002.esp1.
Eckman EA, Clausen DM, Herdt AR, Pacheco-Quinto J, Halperin JJ. Specificity and diagnostic utility of cerebrospinal fluid CXCL13 in lyme neuroborreliosis. Clin Infect Dis. 2021;72(10):1719-26. https://doi.org/10.1093/cid/ciaa335
Marra CM, Tantalo LC, Sahi SK, Maxwell CL, Lukehart SA. CXCL13 as a cerebrospinal fluid marker for neurosyphilis in HIV-infected patients with syphilis. Sex Transm Dis. 2010;37(5):283-7. https://doi.org/10.1097/OLQ.0b013e3181d877a1
Dersch R, Hottenrott T, Senel M, Lehmensiek V, Tumani H, Rauer S, et al. The chemokine CXCL13 is elevated in the cerebrospinal fluid of patients with neurosyphilis. Fluids Barriers CNS. 2015;12:12. https://doi.org/10.1186/s12987-015-0008-8
Mothapo KM, Verbeek MM, van der Velden LB, Ang CW, Koopmans PP, van der Ven A, et al. Has CXCL13 an added value in diagnosis of neurosyphilis? J Clin Microbiol. 2015;53(5):1693-6. https://doi.org/10.1128/JCM.02917-14
Hu R, Lu C, Lu S, Hu Y, Ma H, Lai W, et al. Value of CXCL13 in diagnosing asymptomatic neurosyphilis in HIV-infected patients. Int J STD AIDS. 2016;27(2):141-6. https://doi.org/10.1177/0956462415577229
Zeng YL, Lin YQ, Zhang NN, Zou CN, Zhang HL, Peng F, et al. CXCL13 chemokine as a promising biomarker to diagnose neurosyphilis in HIV-negative patients. Springerplus. 2016;5(1):743. https://doi.org/10.1186/s40064-016-2462-4
Gudowska-Sawczuk M, Mroczko B. Chemokine ligand 13 (CXCL13) in neuroborreliosis and neurosyphilis as selected spirochetal neurological diseases: a review of its diagnostic significance. Int J Mol Sci. 2020;21(8):2927. https://doi.org/10.3390/ijms21082927
Gonzalez H, Koralnik IJ, Marra CM. Neurosyphilis. Semin Neurol. 2019;39(4):448-55. https://doi.org/10.1055/s-0039-1688942
Marra CM. Neurosyphilis. Continuum (Minneap Minn). 2015;21(6 Neuroinfectious Disease):1714-28. https://doi.org/10.1212/CON.0000000000000250
Berger JR, Dean D. Neurosyphilis. Handb Clin Neurol. 2014;121:1461-72. https://doi.org/10.1016/B978-0-7020-4088-7.00098-5
Bhai S, Lyons JL. Neurosyphilis update: atypical is the new typical. Curr Infect Dis Rep. 2015;17(5):481. https://doi.org/10.1007/s11908-015-0481-x
Centurion-Lara A, Molini BJ, Godornes C, Sun E, Hevner K, Van Voorhis WC, et al. Molecular differentiation of Treponema pallidum subspecies. J Clin Microbiol. 2006;44(9):3377-80. https://doi.org/10.1128/JCM.00784-06
Marra CM, Maxwell CL, Dunaway SB, Sahi SK, Tantalo LC. Cerebrospinal fluid treponema pallidum particle agglutination assay for neurosyphilis diagnosis. J Clin Microbiol. 2017;55(6):1865-70. https://doi.org/10.1128/JCM.00310-17
Marra CM. Alternatives to the cerebrospinal fluid venereal disease research laboratory test for neurosyphilis diagnosis. Sex Transm Dis. 2021;48(8S):S54-S57. https://doi.org/10.1097/OLQ.0000000000001450
Yu Q, Cheng Y, Wang Y, Wang C, Lu H, Guan Z, et al. Aberrant humoral immune responses in neurosyphilis: CXCL13/CXCR5 play a pivotal role for b-cell recruitment to the cerebrospinal fluid. J Infect Dis. 2017;216(5):534-44. https://doi.org/10.1093/infdis/jix233
Kojima Y, Furubayashi K, Kawahata T, Mori H, Komano J. Circulation of distinct treponema pallidum strains in individuals with heterosexual orientation and men who have sex with men. J clin Microbiol. 2019;57(1):e01148-18. https://doi.org/10.1128/JCM.01148-18
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Brazilian Journal of Sexually Transmitted Diseases
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.