Prevalência da infecção vaginal pelos subtipos da cândida em mulheres com HIV comparativamente ao grupo controle e influência do estado imunológico
DOI:
https://doi.org/10.5327/DST-2177-8264-2023351393Palavras-chave:
Candida sp., HIV, carga viral, TCD4Resumo
Introdução: A candidíase vulvo-vaginal (CVV), causada pela Candida sp., pode apresentar-se com aumento da frequência e dos sintomas em pacientes imunodeprimidas, havendo preocupação acerca do diagnóstico e tratamento adequado dessas pacientes. Objetivo: Avaliar a prevalência de CVV comparativamente ao estado imunológico e espécies presentes na microbiota de pacientes com HIV. Métodos: Estudo transversal, realizado de janeiro de 2017 a janeiro de 2018, incluindo 97 mulheres com HIV comparadas a um grupo controle (N=112). Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas, medida do pH vaginal, avaliação de células T CD4+ e da carga viral (CV) e coleta de secreção vaginal para microscopia e cultura. Resultados: A prevalência de CVV foi de 41,2% nas pacientes soropositivas e 3,6% no grupo controle (p<0,001). Das pacientes com T CD4+<200, 54,3% apresentaram Candida sp., enquanto naquelas com T CD4+ maior ou igual a 200 células/mm³ a prevalência foi de 33,9% (p=0,057). Com relação à carga viral, a prevalência de CVV foi de 24,1% nas com CV indetectável ou <20, 50% naquelas com CV entre 20 e 9.999 e de 46,9% quando CV acima de 10.000 cópias/mL (p=0,08). As espécies mais prevalentes foram Candida albicans, seguida por C. parapsilosis, C. krusei e C. glabrata. A média do pH vaginal foi 4,6 no grupo controle e 5,2 no grupo caso. Conclusão: Mulheres positivas para HIV apresentam maior prevalência de cândida. Menores valores de T CD4+ e CV aumentada parecem estar associados a maior prevalência da infecção.
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