Staphylococcus aureus resistente à vancomicina
uma realidade clínica
Palavras-chave:
Staphylococcus aureus, antibioticoterapia, resistência a antibióticos, tolerância a antibióticos, vancomicina, resistência à vancomicinaResumo
O Staphylococcus aureus é, hoje, um dos agentes infecciosos que mais preocupam os clínicos, principalmente, face à rapidez com a qual desenvolve resistência à antibioticoterapia. lsto contrasta com o inkio da era antibiótica, no começo da década de 40, quando as estafilococcias por S. aureus eram plenamente curadas pela penicilina G. Já no final da década, entretanto, surgiram os primeiros casos de resistência àquele betalactâmico, através da produção de penicilinase (uma beta-lactamase). Nos anos 50, esta resistência já era de ordem de 50%. Em 1960, entretanto, a síntese da meticilina (uma penicilina resistente à beta-lactamase), juntamente com a descoberta das cefalosporinas orais, deu a impressão de que as infecções por S. aureus estavam superadas. Mero engano: em 1970, apareceram as cepas de S. aureus resistentes à meticilina: MRSA (methicillin-resistan-,itaphylococcus aureus). Foi ai que a vancomicina (disponivel desde 1958) apareceu como droga salvadora, graças à sua alta eficiência contra as cepas MRSA. Desaforrunadamente, porém, já há registro na literatura médica de cepa MRSA com resistência à vancomicina (CMI >8μg/mL). Deste modo, a cura das infecções por MRSA passa a depender, também, da descoberta de novos e mais eficazes antibióticos. Paralelamente a esta busca, uma antibioticoterapia mais racional deverá ser praticada, a fim de evitar a indução ou a seleção de cepas de bactérias resistentes e tolerantes, sob pena de ingressarmos na era pós-antibiótica, provavelmente, mais crítica do que a pré-antibiótica, quando aquelas cepas ainda não haviam sido selecionadas.