Prevalência e genotipagem do DNA-HPV e fatores de risco relacionados com a persistência viral em uma coorte de gestantes HIV-positivas
Palavras-chave:
HPV, HIV, gravidez, fatores de risco, gene p53Resumo
Gestantes portadoras do vírus da imunodeficiência humana (HIV) são mais vulneráveis à infecção e persistência do papilomavírus humano (HPV). O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência do HPV e seus genótipos numa coorte de gestantes HIV-positivas no pré-parto e um ano após o parto, analisando fatores de risco relacionados à persistência. Foi feito um estudo prospectivo de gestantes atendidas no Programa de Assistência Integral à Gestante HIVpositiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre 2009 e 2011. Dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram avaliados. Amostras cervicais foram coletadas durante a gestação e um ano após o parto. O DNA do HPV e o gene da p53 foram amplificados pelo método de reação em cadeia da polimerase (PCR) e clonagem. A tipagem foi realizada com padrões depositados no banco de genes (Genbank) através do programa do National Center for Biotechnology Information (NCBI/BLAST). A prevalência do HPV na gestação foi de 84,3% (118/140) e 106 amostras foram genotipadas. Foram encontrados 30 tipos diferentes de HPV, dos quais 81,1% eram HPVs de alto risco, sendo mais prevalentes os tipos 16, 58, 35 e 53. A infecção por múltiplos tipos ocorreu em 18,9%. A taxa de persistência da infecção foi de 50%, sendo 30% tipo-específicas e 20% reinfecções. Essa persistência se correlacionou significativamente com a contagem de células TCD4+ ≤ 350 células/mm3 (p = 0,05). Não houve correlação entre infecção e persistência da infecção pelo HPV e polimorfismo da p53. Concluiu-se que houve alta taxa de prevalência de HPV nessa coorte de gestantes HIV-positivas, com predominância de tipos virais oncogênicos e persistência da infecção em metade dos casos, sendo esta correlacionada com o grau de imunossupressão.