Infecção por hepatite B em pacientes atendidos no setor de doenças sexualmente transmissíveis da Universidade Federal Fluminense
Palavras-chave:
Hepatite B, soroprevalência, transmissão sexualResumo
Fundamentos: A transmissão sexual da hepatite B em áreas de média endemicidade assume um papel relevante na epidemiologia da doença. Objetivos: O trabalho tem como objetivo estudar aprevalência e os fatores de risco para infecção pelo vírus da hepatite B em pacientes atendidos no setor de DST /UFF. Métodos: Em um estudo retrospectivo, a prevalência do vírus da hepatite B (VHB) foi investigada em 440 pacientes atendidos no setor de DST/UFF por um período de onze meses em 1997. O soro destes pacientes foi testado para o marcador anti-HBc. Dados sociodemográficos, fatores de risco e história de hepatite foram registrados em uma ficha a partir do prontuário de cada paciente. Resultados: A prevalência de anti- HBc, foi de 13%. Entre as variáveis associadas a fatores de risco (opção sexual, prática de coito anal, transfusão sanguínea, drogas injetáveis ou não, sorologia para sífilis, passado de hepatite, número de parceiros, história corrente ou passada de DST, parceiro com DST), ou não (sexo, idade, local de origem, estado marital, escolaridade e renda familiar), encontramos uma associação significativa entre comportamento homobissexual, prática de coito anal e transfusão sangüínea com a infecção pelo VHB. Houve uma tendência de associação entre infecção pelo HIV e uso de drogas (injetáveis ou não). Conclusões: Embora a prevalência para a infecção pelo VHB encontrada na população em estudo seja semelhante à encontrada em locais de média endemicidade , deve-se observar a potencial patogenicidade do vírus. Considerando que os programas de vacinação não incluem pacientes a dultos com comportamento sexual de risco para a infecção, sugerimos que pacientes atendidos em clínicas de DST sejam testados para o VHB e os casos soronegativos sejam aconselhados à vacinação.