Baixa prevalência de DST em profissionais do sexo no Município de Manacapuru - interior do Estado do Amazonas, Brasil

Resumo

Estimou-se inicialmente que existiam 5(X) mulheres profissionais do sexo (MPS), distribuídas em 30 pontos de encontros (bares, ruas, casas de programa e etc.) no Município de Manacapuru. Foi selecionada uma amostra aleatória de 144 MPS (nível confiança 95%, prevalência mínima para uma DST de 5% e erro aceitável 2%). tomando os pontos de encontro como conglomerados. Um total de 147 MPS participaram do estudo no ano 2000. A cada uma das integrantes da amostra aplicou-se um questionário, exame ginecológico e coletou-se amostras para estudos de infecção gonocócica (cultura), infecção por clamídia (1FI), sífilis (VDRL). Trichomonas. Candidae Vaginose Bacteriana (teste das aminas, bacterioscopiae exame a fresco)c foi oferecido a sorologia anti- HIV. Os resultados demonstraram que as taxas de prevalência encontradas para infecção gonocócica, clamídia, trichomonas, sífilis, infecção pelo HI V, condiloma acuminado e herpes genital foram respectivamente de 16.3%; 7.5%; 23.1%.0.68%, 0,0%, 6,1% e 1.4%'. A síndrome do corrimento vaginal esteve presente em 98% dos casos, seguido por dor pélvica (28,6%) e corrimento cervical 12.9%. Setenta e oito mulheres (53% ) realizaram VDRL e a soro prevalência de reativas foi de 3,8%. A prevalência de DST diagnosticadas etiologicamente foi de 42.9%. As DST curáveis (bacterianas e tricomonia.se) representaram as causas mais frequentes (39.5%). enquanto que as virais estavam presentes em 7.5%. A prevalência de DST em mulheres assintomáticas foi de 33,3% (10/30) por 47% (55/117) nas sintomáticas (p=0,l7). A prevalência de infecção pelo HIV, sífilis e cervicite por clamídia podem ser consideradas muito baixas, enquanto que as laxas de infecção gonocócica e por trichomonas tem um comportamento similar aos padrões médios internacionais para MPS. As DST curáveis foram mais prevalentes no grupo mais jovem, com exceção da infecção por clamídia, que foi uniforme em todos os grupos etários. Não se encontrou diferença estatística significativa nas taxas de prevalência de infecção gonocócica e por clamídia entre mulheres sintomáticas e assintomáticas.