Cicatrizes corporais em mulheres detentas vítimas de violência física e a vulnerabilidade às DST-Aids
Palavras-chave:
mulher detenta, violência, DST-aidsResumo
Fundamentos: a mulher tem sofrido violência nos espaços privado e público, sendo que, em instituições prisionais, também vive maus tratos físicos e morais, extorsão, abuso e assédio sexual. Neste contexto, ela encontra-se exposta a riscos, inclusive, à infecção pelo HIV-aids e DST. Objetivos: investigar sua percepção sobre a violência, detectando suas possíveis experiências, considerando suas cicatrizes físicas provocadas por agressões, com ou sem o uso de armas, propositando identificação de riscos às DST-aids. Métodos: desenvolvemos pesquisa-ação, humanista e qualitativa, atendendo aos preceitos éticos e o rigor científico. Utilizamos a técnica de gravação cm fitas K-7, posterior transcrição de suas falas e fotografias das cicatrizes. Identificamos sua percepção e problemas relativos à violência c riscos às DST-aids, através de estudo exploratório, trabalhando posteriormente a intervenção. Pesquisamos5 detentas em duas cadeias públicas femininas do interior paulista. Resultados: todas têm cicatrizes corporais traumáticas, resultantes de violência física por arma de fogo e/ou arma branca, totalizando 12 lesões. A maioria é mãe, solteira e do lar. idade de 18 a 34 anos e baixa escolaridade. As cicatrizes têm de 1 ano a 11 anos e foram produzidas por golpes desferidos fora e dentro do cárcere, por agressores conhecidos e desconhecidos, envolvendo ciúmes e brigas. A maioria negou significado às suas cicatrizes. Conclusão: as mulheres sentem-se profundamente desrespeitadas e violentadas dentro e fora da prisão, pelas inúmeras privações e humilhações a que são submetidas. Suas falas denotam trauma, inconformismo. rancor, revolta e. todas têm consciência da vulnerabilidade às DST e HIV-aids. principalmente, devido a violência sexual.