Papilomavírus humanos e co-fatores para câncer cervical em mulheres atendidas no Hospital Universitário da Universidade Federal Fluminense
Palavras-chave:
HPV, lesões genitais, co-fatores para câncer cervicalResumo
Fundamentos: Evidências laboratoriais e epidemiológicas têm demonstrado associação entre infecção por papilomavírus (HPV) e neoplasias. Tipos de HPV de alto risco tem sido relacionados a carcinoma cervical. Além da infecção por HPV. fatores adicionais têm sido envolvidos no processo de desenvolvimento dc tumor. Objetivos: Este estudo foi empreendido para investigar infecção por HPV e co-fatores associados a câncer cervical em pacientes atendidas no Hospital Universitário Antonio Pedro (Universidade Federal Fluminense), no estado do Rio de Janeiro. Materiais e métodos: A amostra totalizou 35 mulheres submetidas a exame ginecológico de rotina para detecção de lesões cervicais. Dados demográficos e de risco foram obtidos por entrevista. A reação da polimerase em cadeia (PCR) foi utilizada para investigar HPV em esfregaços genitais. Os oligo nucleotídeos de consenso MY09/11 foram usados para detectar DNA de HPV genérico. A tipagem de HPV foi realizada com oligo nucleotídeos de sequências do DNA do gene E6 dos HPV 6, 11, 16, 18, 31,33 e 35. Resultados: A maioria das pacientes era natural do estado do Rio de Janeiro, casadas ou com parceiro estável, nível de escolaridade elementar e pertenciam à classe econômica desfavorecida. Entre os fatores de risco para lesões cervicais, a maioria dos pacientes iniciou sua vida sexual entre 16 E 20 anos, tinha de 1 a 3 parceiros sexuais, não utilizava métodos anticoncepcionais, tendo de 1 a 3 paridades. Lesões cervicais incluíam ASCUS, condiloma. LSIL. HSIL e câncer. O DNA de HPV foi detectado em 94% dos casos. HPV tipo 16 foi encontrado cm 100% dos carcinomas como infecção única ou associado aos tipos 18 (14%) ou 33 (8%). Observamos também que a maioria dos casos de SIL (60%) estava infectado pelo tipo 16. Entretanto, o HPV tipo 6 (baixo-risco) foi detectado em um caso de HSIL de uma paciente positiva para HIV. Os resultados mostraram uma tendência entre câncer e origem étnica (p=0.()5). Encontramos também uma tendência de associação entre câncer e paridade (p=0.0l). História familiar de neoplasia e abortos apresentou uma associação significativa se considerarmos p<0.1. Este trabalho detectou uma alta taxa de pacientes assintomáticas com lesões cervicais. Conclusão: Os resultados obtidos neste trabalho enfatizam a necessidade de exames ginecológicos preventivos a intervalos regulares.