Tatuagens e a vulnerabilidade às DST-Aids em mulheres detentas
Palavras-chave:
mulher detenta, tatuagens, aids-DSTResumo
Fundamentos: observa-se que, entre muitos excluídos pela sociedade são tatuados e, muitas vezes, suas tatuagens são realizadas em más condições de higiene e com materiais inadequados. Seus significados e poder de comunicação despertam o interesse do uso por marginais, inclusive, mulheres detentas. Objetivos: correlacionar práticas inadequadas na confecção de tatuagens à transmissão do H1V e outros agentes infecciosos; orientar os sujeitos para comportamentos mais adequados nestas situações, visando autoproteção e multiplicação de conhecimentos fora e no cárcere. Métodos: trabalhamos 17 detentas, sendo 14 tatuadas, em três cadeias públicas femininas do interior paulista. Desenvolvemos pesquisa-ação. humanista c qualitativa, atendendo aos preceitos éticos e o rigor científico. Utilizamos gravação cm fitas K-7. com posterior transcrição das falas e fotografias das tatuagens a partir de autorização escrita dos sujeitos. Resultados: a maioria das tatuagens localiza-se nas pernas, braços e mamas, e foram realizadas em períodos e locais diferentes. Quase a totalidade foi realizada em domicílio com maquininhas caseiras e improvisadas e apenas uma, com agulha de costura no interior da prisão. A maioria informou tê-las, simplesmente por gostar. Quase metade das tatuagens, refere-se a nomes e iniciais de parceiros, motivos florais, cupido e corações. A maioria das detentas afirmou que suas tatuagens não têm significado especial. Dois sujeitos são homossexuais ativos c parceiros em uma mesma cela. Conclusão: as tatuagens denotam cumplicidade com parceiros(as) que além de serem companheiros(as) no uso de drogas injetáveis, são seus(as) tatuadores(as). Todas são vulneráveis à infecção pelo HIV-aids e outros agentes infecciosos, veiculados pelo sangue e sexo.