Estudo populacional de prevalência de chlamydiatrachomatise neisseriagonorrhoea e por PCR em urina de mulheres residentes em vila popular atendida por serviço de saúde comunitária em Porto Alegre, Brasil
Palavras-chave:
doenças sexualmente transmissíveis, Brasil, população, Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, triagemResumo
Introdução: A vigilância epidemiológica dos agentes causadores das DST é fundamental para o sucesso das atividades de controle. Dados sobre afreqüência dos diferentes microorganismos causadores das DST são escassos no Brasil. Mesmo na literatura internacional, muitos dos estudos ditospopulacionais usaram diferentes serviços de saúde. Objetivo: Avaliar a ocorrência de C. trachomatis e N. gonorrhoeae e o comportamento de busca deserviços de saúde em mulheres de 15 a 44 anos residentes em vila popular em Porto Alegre. Aferir a aceitabilidade de um teste não-invasivo para inquéritosdomiciliares nessa população. Métodos: Estudo transversal realizado por um período de quatro meses ao final de 2001 na região atendida por uma Unidadede Saúde Comunitária, prestadora de atenção primária multidisciplinar. As casas e as participantes foram selecionadas de forma aleatória, independente dapresença de sintomas de DST. O estudo foi aprovado por um comitê de ética independente. Foi realizada uma entrevista estruturada. Dez a 30 mL de urina(primeiro jato) foram coletados, conservados a - 18ºC e processados em menos de dois meses. A PCR foi usada para diagnóstico concomitante de infecção.Resultados: A infecção por C. trachomatis foi encontrada em uma participante, 0,6% (95% IC: 0,0%-3,4%) e a infecção por N. gonorrhoeae foi encontradaem igual prevalência. A média de idade das participantes foi de 27,4 e o desvio-padrão de 8,7. Das 161 mulheres, 146 (91%) (95% IC: 85,1%-94,7%)relataram atendimento prévio na UDP e 128 (80%) (95% IC: 72,3%-85,3%) referiram preferir a unidade de saúde local para um eventual tratamento de DST.Conclusão: Os agentes foram prevalentes em nossa amostra, ainda que abaixo do esperado. Duas hipóteses podem ser consideradas: 1) a faixa etária maiselevada fez com que mulheres com menor risco (epidemiológico e imunológico) fossem incluídas e 2) o acesso facilitado e a grande cobertura faz com quea prevalência das infecções sob estudo seja menor. Com base nos resultados não se pode indicar o início de programas de triagem nesse tipo de população.