Estudo da vulnerabilidade à infecção DST/Aids em detentas de uma penitenciária feminina de São Paulo-sp, Brasil, avaliada pela técnica sorológica
Palavras-chave:
detenta, soroprevalência, DST aids, sífilis, oficina de sexo seguroResumo
Introdução: Nada é mais revelador em uma sociedade do que a história de suas doenças, particularmente as “doenças sociais” como alcoolismo, tuberculose, sífilis, entre outras, e acrescenta-se no início dos anos 80 a aids. Vemos também que a população carcerária apresenta alto risco de infec tar-se com DST/aids dada a sua grande vulnerabilidade, mas a prisão é considerada como momento único para cuidar da saúde. Objetivo: estimar a vulnerabilidade desta população identificando seu comportamento e grau de informação sobre DST/aids. Métodos: Sorologia anti-HIV, antipallidum e entrevistar 290 detentas sobre seus comportamentos sexuais, hábitos, crenças, idade, escolaridade, cor, conhecimento sobre DST/aids. Após o conhecimento sobre a sorologia, foram realizadas oficinas de sexo seguro (workshops) inspiradas na tradição de Paulo Freire. Resultados: As preva lências foram relacionadas com os comportamentos de risco utilizando-se tabelas de contingência. O risco avaliado pelo Odds Ratio e testes estatísti cos de qui-quadrado e teste exato de Fisher para determinação da significância estatística. A positividade para o HIV foi de 13,9% e para sífilis 22,8%. Conclusão: As altas prevalências encontradas nessa população associadas ao seu comportamento nos parecem indicar que a via sexual seja uma rota importante de transmissão do HIV. Programas de prevenção às DST/aids e voltados a outras necessidades das detentas, mulheres que vivem em regime de reclusão no sistema penal, são altamente recomendados. Lembrando a história da sífilis como um alerta ao comportamento da socieda de e desta forma ajudando a evitar erros que foram cometidos no passado.