Condilomatose na gestação

Autores

  • Tricia M. Assad
  • Mauro R.L. Passos
  • Renato S. Bravo
  • Gutemberg L. Almeida Filho
  • Vandira M.S. Pinheiro

Resumo

A partir da detecção clínica dos casos de condilomatose em gestantes. no Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis, da Universidade Federal Fluminense percebeu-se a relevância do tema. Este estudo versa sobre o perfil epidemiológico da condilomatose na gestação uma vez que a infecção pelo Papilomavírus Humano apresentou-se como a DST mais frequente nos estudos elaborados em gestantes. em nosso serviço. A pesquisa foi realizada através da análise de prontuários do primeiro atendimento clínico. no período de janeiro de 1999 a julho de 2000 no referido Setor. Foram estudados 1344 prontuários sendo selecionados 569 pertencentes ao sexo feminino. Como objeto de estudo, a gravidez incidiu sobre 12,5% destas mulheres. Entre as que incluíam-se no critério de seleção pequena parcela não apresentou diagnóstico de uma Doença Sexualmente Transmissível (3 pacientes) enquanto a maioria apresentava a infecção pelo Papilomavírus Humano (48 pacientes). Objetivou-se a análise da frequência de doenças sexualmente transmissíveis no período gestacional, em particular a condilomatose, caracterizando seu perfil epidemiológico e características clínicas neste período da vida da mulher. Para isso. realizou-se estudo retrospectivo do comportamento da infecção pelo HPV na gravidez. Os resultados apo.ntam que estas mulheres apresentam idade média de 19.5 anos, são solteiras e têm parceiro fixo exclusivo em sua maioria. Seu nível de escolaridade é baixo sendo que 85.9% destas mulheres possuem. no máximo, segundo grau incompleto. Em concordância, observa-se que 69% do contingente não têm uma profissão, forçando a renda familiar da maioria delas (66,2%) abaixo de cinco salários-mínimos. O estudo mostrou que 59.1 % das gestantes são primigestas e o abonamento já ocorreu em 16.9% das mulheres estudadas. O diagnóstico mais encontrado foi o da condilomatose, presente em 67,6% das gestantes, distribuído na maioria, na segunda metade da gestação. Faz-se ressaltar, que a infecção vaginal apresentou-se concomitante em 45,8% destas gestantes com infecção pelo HPV. enquanto a associação com alterações de Neoplasias Intra-epiteliais Cervicais ocorreram em 10.4% destas. As lesões que acometem genital externo predominaram (85,4%) e apresentaram característica multicêntrica em 43.7% dos casos. Desta forma podemos concluir que a avaliação ectoscopica da genitália externa da gestante em pré-natal, com equipe capacitada. pode facilmente diagnosticar a infecção pelo HPV que assume, neste período características próprias e de forma simples e com baixo custo realizar o tratamento de urna das DST mais comuns neste período.

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Biografia do Autor

Tricia M. Assad

Médica: Professora Obstetrícia da Escola Médica da UGF-RJ (MED 155).

Mauro R.L. Passos

Prof. Adjunto Doutor, Chefe do Setor de DST-UFF.

Renato S. Bravo

Prof. Adjunto Doutor em Ginecologia da UFF

Gutemberg L. Almeida Filho

Prof. Adjunto Doutor, Instituto de Ginecologia da UFRJ

Vandira M.S. Pinheiro

Pror Mestre, Colaboradora Programa de Pós-Graduação em DST-UFF

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Publicado

2001-09-30

Como Citar

1.
Assad TM, Passos MR, Bravo RS, Almeida Filho GL, Pinheiro VM. Condilomatose na gestação. DST [Internet]. 30º de setembro de 2001 [citado 23º de novembro de 2024];13(5):8-16. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/491

Edição

Seção

Artigo original