Estudo das representações sociais sobre a Aids por profissionais de saúde que atuam no contexto da soropositividade para o HIV

Resumo

Introdução: a aids é um fenômeno cujas consequências incidem na comunidade como um problema político, econômico e psicossocial, exercendoefeitos sobre a população, em geral, e os profissionais de saúde, particularmente, podendo interferir na qualidade do atendimento. Objetivo: esta pesquisa objetivou identificar as representações sociais da aids de médicos e enfermeiros que atendem pacientes soropositivos para o HIV, visando contribuir para o aperfeiçoamento das práticas destes profissionais e, conseqüentemente, na eficácia do tratamento. Métodos: a amostra foi composta por 56 profissionais de saúde que atuam diretamente no contexto da aids, nos serviços de saúde pública de João Pessoa–PB, composta, em sua maioria, por profissionais do sexo feminino (82%), com idade superior a 44 anos (48%). Os dados foram coletados pela técnica de associação livre de palavras, processados através do software Tri-Deux-Mots e interpretados por meio da análise fatorial de correspondência (AFC). Resultados: os profissionais constróem representações da aids como um mal terrível mas que pode ser minimizado, dependendo das condições emocionais, culturais e econômicas do paciente, associadas a uma idéia geral de que o desenvolvimento da doença depende da forma como o paciente lida com ela e do apoioque recebe da família. Conclusão: esses resultados expressam que as representações sociais sobre a aids e seu tratamento, por esses profissionais, estruturam-se na interface da complexidade, colocando em jogo conhecimentos científicos e profanos, bem como valores sociais e contextuais. Sendo assim, é preciso articular, nas análises, as concepções médicas e as implicações das concepções sociais que lhes fazem eco.