Perfil epidemiológico da infecção pelo HIV-1 em gestantes do estado de Mato Grosso do Sul- Brasil

Autores

  • Ernesto A. Figueiró-Filho
  • Flávio R.A. Senefonte
  • Alessandro H.A. Lopes
  • Virgílio G.S. Júnior Instituto de Pesquisa, Ensino e Diagnóstico - IPED
  • Carlos A. Botelho Instituto de Pesquisa, Ensino e Diagnóstico - IPED
  • Geraldo Duarte

Palavras-chave:

pré-natal, HIV, aids, transmissão vertical

Resumo

Introdução: a infecção HIV-1 em gestantes muitas vezes é subdiagnosticada, devido à característica assintomática ou sub-clínica inicial durante a gestação. O conhecimento da realidade local, bem como do perfil epidemiológico da infecção HIV-1durante o período gestacional é importante em populações brasileiras. Objetivo:avaliar a freqüência, o perfil epidemiológico e a associação da infecção HIV-1 com a idade materna em gestantes submetidas à triagem pré-natal de um estado da re-gião Centro-Oeste brasileira. Métodos: estudo prospectivo de 71 gestantes com diagnóstico de infecção pelo vírus HIV-1 de 32.512 gestantes submetidas à triagem pré-natal no período de novembro de 2002 a outubro de 2003. Esta triagem incluiuma investigação sorológica de 10 infecções através da técnica de papel-filtro, utilizando a metodologia ELISA, sendo a infecção pelo vírus HIV-1 triada pelo método ELISA e confirmada por Western-Blot. A mensuração das variáveis foi expressapelas médias, ao passo que a associação entre algumas variáveis foi avaliada pelo teste do x2 em tabelas de contingência dedupla entrada. Foi aceito p < 0,05 (95%) como critério para rejeição da hipótese de nulidade. Resultados: dentre as 32.512gestantes triadas, foi encontrada uma freqüência de 0,2% (71) para infecção pelo vírus HIV-1, sendo que a maioria das pa-cientes (88,7%) desconhecia ser portadora do vírus HIV-1 previamente ao pré-natal. A média de idade ao diagnóstico foi de 24,4 ± 5,3 anos, sendo que as gestantes provenientes do interior do Estado representaram 62% da amostra. Não houve associação estatística significante entre a freqüência dos casos e faixa etária das gestantes. Quanto à paridade, a maioria das ges-tantes se encontrava na terceira gestação (31,25%), sendo o segundo trimestre o período gestacional mais prevalente da rea-lização do diagnóstico (45,5%). O tipo de parto predominante foi cesárea (82%) a termo (89%), havendo um aborto e umóbito fetal. Conclusão: a frequência da infecção HIV-1 em gestantes de estado da região Centro-Oeste brasileira ficou abaixo da encontrada em outros estudos nacionais e próxima da observada em estudos internacionais. Não há na literatura mundial ampla triagem pré-natal comparativamente ao presente trabalho. A importância da triagem sorológica do vírus HIV-1 durante o pré-natal o mais precocemente possível deve ser enfatizada, uma vez que no presente estudo, a maioria absolutadas gestantes descobriu-se portadora do vírus HIV pela primeira vez durante o período gestacional, já no segundo trimestre etendo pelo menos um filho anterior ao diagnóstico.

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Biografia do Autor

Ernesto A. Figueiró-Filho

Professor Doutor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS.

Flávio R.A. Senefonte

Acadêmicos do sexto ano do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS.

Alessandro H.A. Lopes

Acadêmicos do sexto ano do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS. 

Geraldo Duarte

Professor Titular de Obsterícia do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP. 

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Publicado

2005-12-19

Como Citar

1.
Figueiró-Filho EA, Senefonte FR, Lopes AH, G.S. Júnior V, Botelho CA, Duarte G. Perfil epidemiológico da infecção pelo HIV-1 em gestantes do estado de Mato Grosso do Sul- Brasil. DST [Internet]. 19º de dezembro de 2005 [citado 21º de maio de 2024];17(4):281-7. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/595

Edição

Seção

Artigo original