Efetividade da captura híbrida para HPV no rastreamento primário de lesões cervicais na rotina de serviços de saúde

Autores

  • Tânia Maria CW Veras
  • Francisco Holanda Junior
  • Maria Zélia Lins
  • José Túlio Gomes
  • Francisco de Oliveira Lima
  • João Batista Silva
  • Adhemar Longatto-Filho
  • Adauto Castekfi
  • Luiz Gonzaga Pinheiro

Palavras-chave:

neoplasia do colo uterino, citologia oncótica, papilomavírus humano, captura híbrida

Resumo

Introdução: o papilomavírus humano (HPV) de alto risco é responsável por quase 100% das lesões de colo uterino. Objetivo: avaliar o desempenho da captura híbrida II (CH) para HPV de alto risco, em comparação com a citologia oncótica convencional (CC) no rastreamento de lesões cervicais neoplásicas e pré-neoplásicas. Métodos: estudo transversal comparando sensibilidade, especificidade e valores preditivos da CC e do teste de CH, no diagnóstico de lesões cervicais. Inicialmente coletou-se material para CC, seguido de coleta de material endo e ectocervical para CH, usando-se o kit Digene. A seguir, as pacientes foram submetidas à colposcopia, com realização de biópsia, caso a colposcopia fosse positiva. Definiu-se como padrão-ouro o resultado histopatológico, se colposcopia alterada e biópsia realizada ou a própria colposcopia, quando esta era normal. Considerou-se doença cervical a presença de qualquer lesão intra-epitelial (a partir de baixo grau) no histopatológico. Pacientes com colposcopia insatisfatória foram
excluídas. Resultados: foram incluídas 1.658 mulheres. CC foi negativa em 1.594 (96,6%) mulheres e apresentou atipias em 56 (3,4%), sendo 1,6% (26/56) ASCUS, 0,1% (2/56) AGUS, 1,5% (24/56) NIC I, 0,2% (4/56) NIC II ou NIC III e nenhum câncer invasor. CH foi positiva em 19% (315/1658) das mulheres. Tanto CC como CH foram negativas em 1.313 (79,6%) mulheres; 303 (18,4%) eram positivas em apenas um dos dois testes e 34 (2%) mulheres positivas em ambos. Entre 1.602 mulheres com CC negativa, 281 (17,5%) tinham CH positiva. Em 22 (1,3%) mulheres a CH foi negativa e a CC positiva, porém somente duas pacientes apresentaram lesão histológica. Por outro lado, em 315 casos com CH positiva, 281 (89,2%) tinham CC negativa, sendo que 8,5% (24/281) apresentaram lesão histológica. A sensibilidade da CH (71,7%) foi significantemente superior à da CC (30,2%) [p < 0,001]. A especificidade da CC foi melhor que a da CH (97,5% e 82,7%, respectivamente; p < 0,001). Conclusão: a incorpora­ção de novas tecnologias de rastreamento que levem em conta os conhecimentos atuais da etiopatogenia virai do câncer do colo uterino, como a pesquisa de HPV DNA por CH, poderá reduzir os atuais níveis de mortalidade desse câncer.

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Biografia do Autor

Tânia Maria CW Veras

Diretora do Instituto de Prevenção de Câncer do Ceará, Secretária de Saúde do Ceará.

Francisco Holanda Junior

Coordenador da Coordenadoria de Apoio à Atenção à Saúde, Secretária de Saúde do do Ceará. 

Maria Zélia Lins

Médica ginecologista do município de Pedra Branca.

José Túlio Gomes

Médico ginecologista do município de Crato.

Francisco de Oliveira Lima

Médico ginecologista do município de Tianguá.

João Batista Silva

Médico ginecologista do município de Redenção.

Adhemar Longatto-Filho

Pesquisador Científico, Divisão de Patologia do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo. Professor Adjunto, UNIFESP, São Paulo.

Adauto Castekfi

Professor Adjunto da Universidade Federal do Ceará.

Luiz Gonzaga Pinheiro

Professor Adjunto da Universidade Federal do Ceará.

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Publicado

2006-03-18

Como Citar

1.
Veras TMC, Holanda Junior F, Lins MZ, Gomes JT, Lima F de O, Silva JB, et al. Efetividade da captura híbrida para HPV no rastreamento primário de lesões cervicais na rotina de serviços de saúde. DST [Internet]. 18º de março de 2006 [citado 18º de maio de 2024];18(1):23-9. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/606

Edição

Seção

Artigo original