A maternidade para mulheres detentas e a transmissão vertical das DST/AIDS
Palavras-chave:
mulher detenta, maternidade, prevenção, DST/AIDSResumo
Fundamentos: ao ser presa. a mulher, é condenada a separação brusca dos filhos e dissolução da família. Filhos e mães sofrem a ruptura do vínculo afetivo malemo. Delemas nutrizes ou gestantes, perdem o direito ao exercício materno, da sexualidade e a saúde. Objetivos: levantar as percepções das detenias sobre malemidade e filhos, suas necessidades como mães separadas da prole e efeitos emocionais relativos a esta questão; orientarquanto à vulnerabilidade as DST/Aids e a transmissão vertical do HIV incentivando-as a tomarem-se agentes multiplicadoras. Métodos: trabalhamos 14 detentas em cadeia do interior paulista, maioria entre 18 a 34 anos, todas mães, duas homossexuais ativas, maioria presa por tráfico de drogas. Desenvolvemos pesquisa-ação humanista, participativa e qualitativa, utilizando gravações em fitas K-7 autorizadas pelos sujeitos, com posterior transcrição, análise e interpretação das falas. Resultados: a maternidade para todas tem forte sentido de projeção e afeto pelos filhos, continuidade da espécie e experiência de vida favorável à realização pessoal. A separação dos filhos pela prisão, desencadeia-lhes mágoa, trisleza. angústia, saudade, solidão. perda e arrependimento. Correlacionam sua esperança e enfrentamento da vida no cárcere, a existência dos filhos. Conclusões: O Direito Penal tem perspectivas masculinas e o Estado não oferece estrutura institucional em prol do vínculo mãe-filho. Há protecionismo discriminatório da sexualidade feminina, observado pelo difícil acesso à visita íntima e quanto à assistência a saúde em todos níveis, mais no preventivo. é precária ou inexiste.