Vulvovaginite e o tratamento de parceiros assintomáticos
uma revisão sistemática e metanálise
Palavras-chave:
vulvovaginite, vaginose bacteriana, candidíase, parceiro, tratamentoResumo
Introdução: O tratamento de parceiros sexuais de mulheres com candidíase vaginal e vaginose bacteriana é um assunto muito abordado. Apesar das recomendações estabelecidas nos manuais internacionais, este tópico ainda é muito questionado por um grande número de médicos que prosseguem desobedecendo estes manuais. Objetivo: Avaliar a influência do tratamento de parceiros assintomáticos na cura e recorrência de vulvovaginite em mulheres. Métodos: Foi realizada busca com descritores específicos nas seguintes bases de dados: PubMed, Embase, SciELO e CINAHAL. No critério de seleção foram incluídos ensaios clínicos randomizados publicados no período de 1982 a 2012. Estudos envolvendo mulheres grávidas foram excluídos. Na avaliação qualitativa, utilizou-se a Escala de Jadad. A análise dos dados foi realizada por meio do programa estatístico Review Manager 5.1. Resultados: Oito ensaios clínicos randomizados foram selecionados: 1.088 mulheres foram escolhidas. Na vaginose bacteriana, o risco relativo para cura foi de 1,00 (IC95% 0,95–1,05, p=0,13) e para recorrência foi de 0,84 (IC95% 0,62–1,14, p=0,34). A candidíase vaginal apresentou risco relativo de 1,03 (IC95% 0,94– 1,14, p=0,48) para cura e de 1,02 (IC95% 0,77–1,33, p=0,91) para recorrência. Conclusão: O tratamento do parceiro sexual assintomático de mulheres com candidíase vaginal e vaginose bacteriana não afetaria as suas taxas de cura e recorrência, como também poderia causar efeitos colaterais e custos desnecessários.