Estudo comparativo sobre a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes com e sem aids
há diferença de conhecimento entre os dois grupos?
Palavras-chave:
síndrome da imunodeficiência adquirida, adolescente, saúde sexual, saúde reprodutiva, direitos sexuais e reprodutivosResumo
Introdução: A sociedade está enfrentando o desafio de lidar com a primeira geração de adolescentes HIV+, infectados por transmissão vertical. Isso cria a necessidade de melhorar a atenção ao autocuidado e o conhecimento sobre saúde sexual e reprodutiva. Questões como sexualidade, contracepção, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DST) são pouco debatidas entre profissionais, famílias e adolescentes, apesar de sua importância diante das descobertas afetivas e sexuais típicas dessa idade. Objetivo: Avaliar e comparar o conhecimento de adolescentes HIV+ e HIV- e as orientações recebidas sobre saúde sexual e reprodutiva, seus comportamentos sexuais, visando auxiliar na Atenção Integral à Saúde. Métodos: Estudo prospectivo, quali-quantitativo, observacional, analítico e transversal, realizado por um ano em hospital público de uma universidade de Curitiba, entrevistando 61 adolescentes HIV+ e 61 adolescentes HIV-, após seu atendimento ambulatorial. Foi elaborado questionário com perguntas objetivas de múltipla escolha e perguntas abertas, para estimular a livre narrativa sobre as temáticas. Foram pareados por idade, gênero e escolaridade. Para avaliar as diferenças em variáveis contínuas, foram utilizados os testes t de Student, para distribuição normal, e de Mann-Whitney, para distribuição assimétrica; para variáveis categóricas, os testes exato de Fisher e do χ2 de Pearson. A análise das respostas para as perguntas abertas baseou-se na categorização de equivalência semântica. Para os testes, foi considerado um nível mínimo de significância de 5%. A amostra foi estimada considerando as principais variáveis do estudo, sendo suficiente para as comparações um nível de significância inferior a 5%, com poder de teste mínimo 95%. Resultados: O estudo mostrou que ambos os grupos de adolescentes não têm conhecimento suficiente sobre saúde reprodutiva (p=0,01), iniciaram atividade sexual com cerca de 15 anos, relataram uso de preservativos, mas não o hábito de buscá-los. O grupo HIV+ expressou mais opiniões sobre os direitos sexuais e reprodutivos, recebeu menos orientações sobre contracepção de emergência (p<0,001), “ficou” e namorou menos que o grupo HIV-. Conclusão: O desconhecimento dos adolescentes sobre a saúde reprodutiva é maior do que sobre a saúde sexual e ambos os grupos disseram não ter o hábito de adquirir preservativos. O grupo HIV+ expressou mais opiniões sobre os direitos sexuais e reprodutivos, recebeu menos orientações sobre contracepção de emergência, “ficou” e namorou menos que o grupo HIV-. O conhecimento sobre direitos sexuais e sexualidade e as orientações fornecidas, para ambos os grupos de adolescentes, não pareceram ser suficientes para atitudes sexuais protetivas diante das DST.