Fatores associados ao uso de preservativo em mulheres usuárias de um centro de testagem e aconselhamento para DST/AIDS da Bahia, Brasil
Palavras-chave:
infecções sexualmente transmissíveis, doenças sexualmente transmissíveis, sorodiagnóstico da AIDS, hepatite, sífilisResumo
Introdução: O processo de feminização da infecção por HIV/AIDS, no Brasil, é evidenciado pela elevação expressiva no número de mulheres infectadas e também pelas taxas de mortalidade, que vem aumentando no sexo feminino, ao contrário do que ocorre entre os homens. Apesar da difusão do preservativo, o uso consistente ainda é considerado baixo, mesmo em relações com parceiros não fixos. Objetivo: Investigar fatores associados ao uso de preservativo com parceiros não fixos, em mulheres usuárias de um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) para DST/AIDS da Bahia, de 2006 a 2012. Métodos: Trata-se de um estudo analítico observacional transversal. Foram utilizados dados secundários de 790 mulheres usuárias de um CTA, obtidos de formulários e prontuário clínicos. A análise estatística, bruta e ajustada, adotou a medida de associação razão de prevalência com intervalo de confiança de 95%. Resultados: O uso consistente de preservativo nas relações com parceiro não fixo foi baixo (27,97%). Os principais motivos apontados para justificar a ausência de uso foram não gostar (35,71%) e dificuldade de negociação com o parceiro (21,22%). O desfecho associou-se estatisticamente com ausência de uso de preservativo na última relação com parceiro fixo e idade da primeira relação sexual menor que 16 anos. Conclusão: Os achados contribuem para a compreensão do comportamento de mulheres em relações eventuais e trazem subsídios para o planejamento de ações de enfrentamento dos agravos decorrentes de relações sexuais desprotegidas, tanto na atenção especializada quanto na Atenção Primária à Saúde.