Perfil epidemiológico e transmissão materno fetal da sífilis em gestantes de Cascavel (PR)
Palavras-chave:
sífilis, gestantes, epidemologia, cuidado pré-natalResumo
Introdução: A sífilis gestacional constitui um sério problema de saúde pública. A falha em seu diagnóstico e tratamento determina alto risco de transmissão vertical, podendo acarretar, em boa parte dos casos, desfechos perinatais desfavoráveis. Objetivo: Analisar a epidemiologia da sífilis gestacional e sua transmissão materno-fetal em Cascavel (PR), visando contribuir para a melhoria das ações de controle desse agravo. Métodos: Trata-se de estudo transversal e descritivo realizado na Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel. Foram coletadas, a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), informações sociodemográficas e variáveis relacionadas ao diagnóstico e tratamento de 135 gestantes com sífilis residentes em Cascavel, notificadas entre 2008 e 2013. Informações relativas à evolução clínica dos casos vieram de fichas de notificação de sífilis congênita do mesmo período. A análise da adequação do tratamento recebido pelas gestantes baseou-se nas recomendações do Ministério da Saúde. Resultados: A incidência de sífilis em gestantes esteve em ascensão no período em estudo, tendo contribuído para uma transmissão vertical de 23,3% e para a manutenção das taxas de incidência de sífilis congênita acima das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Embora 95,6% das gestantes tenham realizado pré-natal e 99,3% tenham realizado sorologia não treponêmica, o tratamento prescrito a elas foi inadequado em 47,9% dos casos, sendo o não tratamento do parceiro o principal motivo (82,5%) dessa inadequação. Constatou-se um considerável percentual de variáveis com o campo ignorado nas fichas de notificação de sífilis gestacional, além da falta de notificação das mães de 11 crianças com sífilis congênita registradas no SINAN nesse período. Conclusão: A ampliação dos esforços de notificação, além de melhorias na qualidade do pré-natal fornecido às gestantes, principalmente no que diz respeito ao tratamento prescrito a elas e a seus parceiros, ainda é necessária para garantir o controle da sífilis entre gestantes e de sua transmissão vertical.