Impacto precoce na redução de anormalidades cervicais em campos dos goytacazes, RJ, Brasil, depois da introdução de vacina quadrivalente de hpv em meninas de 11 a 15 anos

é hora de pensar em vacinas hpv para rapazes?

Autores

  • Charbell Miguel Haddad Kury
  • Abdalla Dib Chacur
  • Cristiano Salles Rodrigues
  • Hugo Oliveira Freixo
  • Andrei Vargas Vieira Lopes
  • Renata Louzada de Moraes
  • Verônica França Misse
  • Leonardo Cordeiro Abreu
  • Melissa Martins Barbosa
  • Miguel Haddad Kury
  • Sílvia Baeta Cavalcanti
  • Oswaldo Gonçalves Cruz

Palavras-chave:

Papillomaviridae, vacina quadrivalente recombinante contra HPV tipos 6, 11, 16, 18, teste de Papanicolaou, cobertura vacinal, neoplasias de colo de útero

Resumo

Introdução: O papilomavírus humano (HPV) é uma grande preocupação na saúde pública e privada. A prevenção dessa condição é a combinação do uso do exame de Papanicolaou, de preservativos e de vacinas contra o HPV. Campos dos Goytacazes é o primeiro município brasileiro a implementar em setembro de 2010 a vacina quadrivalente contra o HPV (Gardasil®) para meninas de 11 a 15 anos de idade em uma estratégia híbrida de vacinação (escolas e centros de saúde). Em 2014, a vacinação começou para os meninos na mesma época em que o Ministério da Saúde introduziu a vacina para as meninas. Objetivo: O objetivo do estudo foi analisar as tendências na redução de anormalidades cervicais de baixo grau cinco anos depois da introdução da vacina quadrivalente de HPV na cidade (resultado primário). Além disso, esta investigação avaliou o risco relativo de cada grupo analisado, de maneira a explicar o efeito protetor da vacina (resultado secundário). Métodos: A análise ecológica avaliou o impacto da vacinação contra o HPV como um fator protetor contra o baixo risco de anormalidades pelo HPV. Os resultados do teste de Papanicolaou, obtidos por meio do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (Siscolo) do Ministério da Saúde, foram categorizados em anormalidades de baixo grau (LGA) e anormalidades de alto grau (HGA). Este estudo preliminar foi centrado nas taxas de LGA, as quais foram estimadas para o período de um mês e estratificadas por quatro grupos etários (<20; 20-24; 25- 30; >30 anos) de 2007 a 2014. A comparação quantitativa das tendências temporais de LGA antes e depois da vacinação foi feita com análise de regressão de Quase-Poisson. O efeito protetor da vacina ao longo do tempo foi avaliado por cálculo do risco relativo em cada grupo de idade. Resultados: O estudo mostrou diminuição significativa de mais de 60% em LGA em mulheres de 20 anos de idade e de pelo menos cerca de 50% para os outros grupos. A vacina contra o HPV foi um fator de proteção, por causa do resultado do risco relativo de <0,0001 em todas as idades. Conclusões: Embora os estudos mostrem que as lesões pré-neoplásicas do HPV possam ser reversíveis espontaneamente, é inegável que a vacina contribuiu grandemente para as taxas elevadas de redução, associadas com a alta cobertura vacinal. Esses resultados são os primeiros no Brasil e podem dirigir no futuro a necessidade de discutir a vacinação dos meninos no contexto dos mesmos resultados obtidos na Austrália.

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Biografia do Autor

Charbell Miguel Haddad Kury

Professor responsável de Microbiologia e Bioquímica da Faculdade de Medicina de Campos (FMC) – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil. Membro do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ). Mestre em Microbiologia e Parasitologia Aplicada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) – Niterói (RJ), Brasil.

Abdalla Dib Chacur

Professor responsável de Ginecologia da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil. Mestre em Ginecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

Cristiano Salles Rodrigues

Professor auxiliar de Ginecologia e Obstetrícia da UFRJ, Campus Macaé – Macaé (RJ), Brasil. Professor auxiliar III de Ginecologia e Obstetrícia da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil. Mestre em Planejamento Regional e Gestão de Cidades pela Universidade Cândido Mendes – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil.

Hugo Oliveira Freixo

4Acadêmico da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil

Andrei Vargas Vieira Lopes

Acadêmico da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil

Renata Louzada de Moraes

Acadêmico da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil

Verônica França Misse

Acadêmico da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil

Leonardo Cordeiro Abreu

Acadêmico da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil

Melissa Martins Barbosa

Acadêmico da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil

Miguel Haddad Kury

Acadêmico da FMC – Campos dos Goytacazes (RJ), Brasil

Sílvia Baeta Cavalcanti

Professora titular da disciplina de Virologia do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFF – Niterói (RJ), Brasil. Doutora em Ciências (Microbiologia) pela UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Mestre em Ciências (Microbiologia) pela UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

Oswaldo Gonçalves Cruz

Doutor em Engenharia Biomédica pela UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Mestre em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil. Membro permanente do Programa de Biologia Computacional do Instituto Oswaldo Cruz da Fundação Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

Publicado

2022-04-20

Como Citar

1.
Kury CMH, Chacur AD, Rodrigues CS, Freixo HO, Lopes AVV, Moraes RL de, et al. Impacto precoce na redução de anormalidades cervicais em campos dos goytacazes, RJ, Brasil, depois da introdução de vacina quadrivalente de hpv em meninas de 11 a 15 anos: é hora de pensar em vacinas hpv para rapazes?. DST [Internet]. 20º de abril de 2022 [citado 3º de julho de 2024];28(2):44-9. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/751

Edição

Seção

Artigo original