Prevalência de dislipidemias em pacientes em terapia antirretroviral atendidos em um serviço de assistência especializada em Cuiabá (MT)
Palavras-chave:
AIDS, antirretrovirais, dislipidemiasResumo
Introdução: Embora associada à melhoria da qualidade de vida dos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), a terapia antirretroviral (TARV) trouxe alterações nas manifestações cardiovasculares. A TARV tem sido relacionada à dislipidemia, à resistência à insulina e ao diabetes mellitus, que se constituem como fatores de risco para doença cardiovascular. Objetivo: Determinar a prevalência de dislipidemia em pacientes com HIV/síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) atendidos no serviço de assistência especializada (SAE) de Cuiabá (MT), de acordo com o tempo de tratamento, o grau da doença e a droga utilizada no tratamento. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, por meio de dados coletados em prontuários de pacientes adultos, de ambos os sexos, portadores do HIV, acompanhados pelo SAE. Para coleta de dados informados, foi utilizado um instrumento composto de dados demográficos, pessoais, antropométricos e bioquímicos. Com base nos exames bioquímicos, foi analisada a presença de alterações de colesterol total (CT), triglicerídeos totais (TG) e lipoproteína de baixa densidade (LDL). O estágio da doença foi considerado conforme a contagem de células CD4. Resultados: Foram avaliados 124 indivíduos, sendo 54,8% do sexo masculino. A faixa etária mais prevalente (50,8%) esteve entre 40 e 60 anos. No tocante à escolaridade, 36,8% relataram ter ensino superior incompleto. Quanto ao estado civil, 40,2% declararam-se casados. Com relação ao tempo de exposição ao tratamento antirretroviral, observou-se 44,2% de prevalência de dislipidemia nos pacientes com 1,0 a 4,9 anos de tratamento. Quanto ao estágio da doença, foi verificada prevalência de 53,4% de dislipidemia nos pacientes no estágio inicial (CD4≥500 cells/μL), porém houve piora progressiva do perfil lipídico com o avançar da doença. Concernente ao tipo de droga utilizada, 29,3% dos pacientes de nosso estudo utilizam o esquema “ITRNN + 2ITRN”. Conclusão: O risco de dislipidemias pode aumentar com o tempo de tratamento, com a gravidade da doença e com o tipo de droga utilizada na terapia.