Seguimento de uma coorte exposta à transmissão vertical da sífilis em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, 2016
Palavras-chave:
sífilis congênita, recém-nascido, tratamento farmacológico, gestante, sorodiagnóstico da sífilisResumo
Introdução: A sífilis congênita consiste na infecção do feto pelo Treponema pallidum, em gestantes não tratadas ou inadequadamente tratadas. A sífilis congênita pode ser evitada por meio do diagnóstico e do tratamento adequado no pré-natal. A penicilina benzatina é a droga de eleição. Objetivo: Avaliar o diagnóstico e o tratamento para sífilis realizado na gestação, bem como a abordagem dos lactentes expostos à sífilis congênita em um hospital público de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Métodos: Estudo transversal, retrospectivo. Dados oriundos dos prontuários dos lactentes, cujas mães foram diagnosticadas com sífilis durante a gestação ou parto e acompanhados em ambulatório de infectologia pediátrica em 2016. Resultados: Foram acompanhados no ambulatório 84 binômios. O diagnóstico de sífilis nas gestantes foi mais prevalente no terceiro trimestre de gestação, 21,40% (18/84), e no momento do parto, 31% (26/84). Em 77,60% (65/84) dos casos não foi realizado o tratamento adequado durante a gestação. Por fim, em 13 casos a investigação foi concluída, sendo dois confirmados como sífilis congênita. Conclusão: O início tardio ou a não realização do pré-natal afetaram a abordagem da sífilis na gestação; a investigação dos recém-natos foi incorreta em muitos casos e o tratamento exigiu o uso de drogas alternativas, na falta da penicilina cristalina.