Corrimento vaginal recorrente

mito ou fato?

Autores

  • Marcos Takimura
  • Gleyse Rubio Oliveira
  • Luana Cristina Gavioli
  • Caroline Boschetto
  • Caio Henrique Yoshikatsu Ueda
  • Newton Sérgio de Carvalho

Palavras-chave:

vulvovaginite, descarga vaginal, leucorreia, exame ginecológico, candidíase vulvovaginal, vaginose bacteriana

Resumo

Introdução: O corrimento vaginal é queixa ginecológica frequente, podendo ou não representar doença. Conceitua-se como corrimento vaginal recorrente aquele que ocorre em quatro ou mais episódios ao ano. Entre as etiologias, citam-se condições fisiológicas e infecciosas, sendo as infecciosas, particularmente as causadas por fungo Candida spp., as mais relacionadas ao sintoma. Apesar dos recursos diagnósticos e terapêuticos disponíveis, tratamentos clínicos empíricos e autotratamentos são muito frequentes e associados a resultados terapêuticos pouco efetivos, levando essa população a questionamentos sobre quais diferenças elas teriam em relação a mulheres sem sintomas. Objetivo: Identificar diferenças sociodemográficas, comportamentais e microbiológicas entre mulheres com corrimento vaginal recorrente e mulheres assintomáticas. Métodos: Estudo transversal envolvendo 126 mulheres com queixa de corrimento recorrente (grupo de estudo) mais 155 controles, totalizando 281 mulheres avaliadas. Foram incluídas no grupo de estudo mulheres no menacme, sexualmente ativas e enquadradas nos critérios de corrimento vaginal recorrente, sem diagnóstico prévio definido, comparadas a mulheres assintomáticas, que compareciam a exame de rotina anual. Foram excluídas as gestantes, diabéticas e imunossuprimidas. Partiu-se de princípio da hipótese nula, em que não há diferenças entre os dois grupos estudados. Resultados: A média de idade foi de 29,95 anos, predominando solteiras e sem filhos. Não houve diferença significativa quando analisados: tempo de relacionamento com o atual parceiro, número de parceiros ao longo da vida, sexarca e método anticoncepcional. Houve predomínio da flora vaginal normal (tipo 1) em ambos os grupos, com prevalência média de 44,9%. O pH vaginal alcalino foi predominante no grupo de estudo. Conclusão: Confirmou-se a hipótese nula, não se identificando diferenças biológicas, comportamentais e sociodemográficas nas populações estudadas. Não se observaram, no grupo de mulheres com corrimento recorrente, fatores etiológicos infecciosos, sugerindo que diagnósticos clínicos não são suficientes para o manejo mais eficiente dessas situações, indicando-se avaliação laboratorial para esses casos com o objetivo de melhorar a acurácia diagnóstica.

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Biografia do Autor

Marcos Takimura

Tocogynecology Department, Universidade Federal do Paraná – Curitiba (PR), Brazil. Women’s Health Subjects, Universidade Positivo – Curitiba (PR), Brazil.

Gleyse Rubio Oliveira

Boarding School, Universidade Positivo – Curitiba (PR), Brazil.

Luana Cristina Gavioli

Medical School, Universidade Positivo – Curitiba (PR), Brazil.

Caroline Boschetto

Medical School, Universidade Positivo – Curitiba (PR), Brazil.

Caio Henrique Yoshikatsu Ueda

Medical School, Universidade Positivo – Curitiba (PR), Brazil.

Newton Sérgio de Carvalho

Tocogynecology Department, Universidade Federal do Paraná – Curitiba (PR), Brazil.

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Publicado

2018-10-04

Como Citar

1.
Takimura M, Oliveira GR, Gavioli LC, Boschetto C, Ueda CHY, Carvalho NS de. Corrimento vaginal recorrente: mito ou fato?. DST [Internet]. 4º de outubro de 2018 [citado 22º de dezembro de 2024];30(3):90-5. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/833

Edição

Seção

Artigo original