Sífilis gestacional e congênita em um município de fronteira no Brasil entre 2014 e 2018
Palavras-chave:
sífilis, sífilis congênita, doenças sexualmente transmissíveis, gravidezResumo
Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa que, quando acomete gestantes, pode provocar a sífilis congênita, resultante em malformação do feto, abortamento espontâneo e morte fetal. Ao contrário de muitas infecções neonatais, a sífilis congênita é considerada como causa perinatal evitável, desde que diagnosticada e tratada precocemente na gestação. Objetivo: Analisar as notificações dos casos de sífilis gestacional e congênita registrados no município de Foz do Iguaçu, Paraná, entre os anos de 2014 a 2018. Métodos: Trata-se de um estudo de série temporal sobre a tendência de casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Para verificar a tendência dos óbitos no período analisado, adotou-se o modelo de regressão linear simples. Resultados: Evidenciaram-se 324 notificações de sífilis gestacional e 137 casos de sífilis congênita no período estudado. Sobre os casos de sífilis gestacional, 45,9% foram diagnosticados durante o 1º trimestre de gestação, 74,6% foram tratados com penicilina e 24,3% dos casos foram classificados como sífilis primária. Cerca de 88,3% dos casos de sífilis congênita foram notificados em crianças com idade inferior a sete dias. Observou-se um aumento significativo na taxa de detecção da sífilis gestacional, representando um aumento de 4,0 vezes (p=0,004) entre os anos analisados, e o risco de sífilis congênita apresentou um aumento de 5,8 vezes (p=0,003) no mesmo período. Conclusão: A magnitude da sífilis gestacional e congênita é um alerta que indica a necessidade de ações e estratégias para a redução dos casos de sífilis gestacional e a transmissão vertical da sífilis.