Realidade em 13 anos da assistência pré-natal a gestantes com sífilis no estado de Sergipe (2007-2019)

Autores

  • Rute de Oliveira Farias
  • Izailza Matos Dantas Lopes
  • Letícia Goes Santos
  • Amanda Silveira de Carvalho Dantas

Palavras-chave:

sífilis, gestantes, saúde pública

Resumo

Introdução: a sífilis é uma doença infecciosa causada pelo Treponema pallidum, suas duas principais vias de transmissão são a sexual e a transplacentária (vertical). Este último é particularmente preocupante, pois pode gerar sífilis congênita e pode ser evitado por meio de triagem sorológica materna precoce. Objetivo: Analisar as condições da assistência pré-natal para gestantes sifilíticas no estado de Sergipe entre 2007 e 2019.Métodos: Foi realizado um estudo transversal, retrospectivo e descritivo, com coleta de casos notificados de sífilis gestacional e congênita no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Resultados: Houve um aumento considerável no número de casos notificados de sífilis gestacional nos últimos 13 anos. Cerca de 36% das gestantes foram diagnosticadas no 3º trimestre da gestação, 68,1% eram pardas, 56,8% haviam estudado até 8 anos e 50,1% tinham entre 20 e 29 anos. A fase clínica latente ao diagnóstico foi responsável por 70,3% dos casos, seguida das fases primária (11%) e terciária (7,3%). Do total de gestantes, 20,2% não realizaram o teste não treponêmico e 97,2% foram tratadas com penicilina. Em relação aos números de sífilis congênita, embora 75% das mães realizassem o pré-natal, 37,8% receberam o diagnóstico no momento do parto/curetagem, resultando em 72,9% dos óbitos infantis pela doença. Além disso, houve predomínio de parceiros não tratados (77,7%) em relação aos tratados (10,8%).Conclusão: Apesar de a maioria das gestantes realizar o prénatal, houve predomínio de diagnósticos realizados apenas no 3º trimestre da gestação, principalmente no momento do parto ou curetagem, não respeitando o intervalo terapêutico mínimo de 30 dias antes do parto. Assim, no estado de Sergipe, o fator mais importante na alta prevalência da transmissão vertical da sífilis é a ineficácia da assistência pré-natal prestada às gestantes infectadas, que permanece.

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Biografia do Autor

Rute de Oliveira Farias

Universidade Tiradentes – Aracaju (SE), Brazil.

Izailza Matos Dantas Lopes

Universidade Tiradentes – Aracaju (SE), Brazil.

Letícia Goes Santos

Universidade Tiradentes – Aracaju (SE), Brazil.

Amanda Silveira de Carvalho Dantas

Universidade Tiradentes – Aracaju (SE), Brazil.

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Publicado

2019-09-15

Como Citar

1.
Farias R de O, Lopes IMD, Santos LG, Dantas AS de C. Realidade em 13 anos da assistência pré-natal a gestantes com sífilis no estado de Sergipe (2007-2019) . DST [Internet]. 15º de setembro de 2019 [citado 3º de julho de 2024];31(4):123-30. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/868

Edição

Seção

Artigo original