Estudo de confiabilidade e concordância entre dois testes VDRL para investigação de sífilis em pacientes com HIV em acompanhamento em um hospital universitário na cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 2017–2019

Autores

  • Isabelle de Carvalho Rangel
  • Fernando Raphael de Almeida Ferry
  • Beatriz Pereira de Azevedo
  • Ricardo de Souza Carvalho
  • Mauricéa Francisco da Silva Romero Gonzalez
  • Patrick Menezes Loureço

Palavras-chave:

testes sorológicos, HIV, sífilis

Resumo

Introdução: O diagnóstico laboratorial da sífilis é realizado por meio da positividade de um teste treponêmico e de um teste não treponêmico, sendo o VDRL (do inglês Veneral Disease Research Laboratory) o “padrão ouro”. Objetivo: Comparar dois testes comercialmente validados para fluidos biológicos e analisados por operadores diferentes, com o intuito de avaliar o desempenho dos testes em detectar titulações altas (≥ :8) e baixas (≤1:2), bem como determinar a concordância entre ambos os resultados em amostras pareadas de soro de pacientes com sífilis vivendo com HIV. Métodos: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), sob o CAAE: 66558117.0.0000.5258. A população estudada foi a de pacientes que obtiveram o diagnóstico de sífilis confirmado por meio da positividade de um ou mais testes treponêmicos. Todas as amostras foram analisadas simultaneamente por dois operadores diferentes, cada um utilizando um kit: VDRL WAMA Diagnóstica®, São Carlos, SP, Brasil; VDRL Brás, Laborclin®, Pinhais, PR, Brasil. Utilizou-se o programa estatístico SPSS. Resultados: Foram analisadas 110 amostras de soro de pacientes com diagnóstico de sífilis atendidos no HUGG. A frequência de altas titulações de VDRL entre os pacientes, seguindo o critério de VDRL ≥1:8, foi praticamente a mesma em ambos os testes, com 68% no VDRL Laborclin e 69% no VDRL WAMA (p=0,87) e para VDRL ≤1:2, 80% para WAMA e 83% para Laborclin (p=0,72). Os resultados dos títulos de VDRL foram tabulados em pares; em seguida, foram calculados o coeficiente de concordância Kappa de Cohen (Κ) 0,32 (IC95% 0,21–0,41; p<0,00001), o Kappa ponderado (Kw) e o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) 0,89 (IC95% 0,84–0,92; p<0,00001), bem como utilizado o diagrama de Bland-Altman. O estudo encontrou fraca concordância entre os testes de VDRL, se considerados os resultados nominalmente concordantes, isto é, com os mesmos títulos em ambos os testes. Entretanto, se considerado a concordância parcial, a interpretação da magnitude dos estimadores de concordância passou a ser quase completa (≥0,80). Conclusão: A confiabilidade e a concordância foram altas entre os testes de VDRL dos dois fabricantes, quando consideradas as titulações próximas (até duas diluições). Mais estudos de confiabilidade e concordância são fundamentais entre os testes não treponêmicos disponíveis e utilizados no Brasil.

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Biografia do Autor

Isabelle de Carvalho Rangel

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ), Brazil.

Fernando Raphael de Almeida Ferry

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ), Brazil.

Beatriz Pereira de Azevedo

Centro Universitário IBMR – Rio de Janeiro (RJ), Brazil.

Ricardo de Souza Carvalho

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ), Brazil. Hospital Universitário Gaffrée e Guinle – Rio de Janeiro (RJ), Brazil.

Mauricéa Francisco da Silva Romero Gonzalez

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ), Brazil. Hospital Universitário Gaffrée e Guinle – Rio de Janeiro (RJ), Brazil.

Patrick Menezes Loureço

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle – Rio de Janeiro (RJ), Brazil.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

1.
Rangel I de C, Ferry FR de A, Azevedo BP de, Carvalho R de S, Gonzalez MF da SR, Loureço PM. Estudo de confiabilidade e concordância entre dois testes VDRL para investigação de sífilis em pacientes com HIV em acompanhamento em um hospital universitário na cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 2017–2019. DST [Internet]. 1º de dezembro de 2020 [citado 3º de julho de 2024];32. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/888

Edição

Seção

Artigo original