Prevalência da infecção por chlamydia trachomatis e fatores associados em diferentes populações de ambos os sexos na cidade de Manaus

Autores

  • Adele S. Benzaken
  • Enrique Galban Universidad Calixto Garcia
  • Fábio Moherdaui
  • Valderiza Pedroza
  • Felipe G. Naveca
  • José Carlos G. Sardinha
  • Adauto Araújo

Palavras-chave:

clamídia, prevalência, fatores associados, DST

Resumo

Introdução: a infecção por Chlamydia trachomatis (CT) é uma DST de alta prevalência no mundo e quando não diagnosticada pode, principalmente nas mulheres, progredir com seqüelas graves. No Brasil não se conhece com precisão o padrão de comportamento epidemiológico da infecção por CT. Objetivo: estimar prevalência e fatores associados à infecção por Chlamydia trachomatis em segmentos de população sexualmente ativa da cida­ de de Manaus. Métodos: durante 2004 e 2005 foi realizado estudo de corte seccional com 1.762 pessoas (1.007 mulheres e 755 homens) divididos em grupos de baixo risco (598 gestantes e 600 homens trabalhadores de indústrias) e de maior vulnerabilidade (409 mulheres e 155 homens em clíni­ ca de DST). Para o diagnóstico, empregou-se captura híbrida/DIGENE nas mulheres e PCR “Cobas Amplicor CT/NG/Roche” nos homens. Resultados: a prevalência global foi de 7,5%, em mulheres de 11,1% e nos homens de 2,8% (p = 0,000000). As taxas para gestantes e mulheres com DST foram de 11,9% e 10,0% (p = 0,36) e 3,0% e 1,9% para trabalhadores de indústrias e homens com DST (p = 0,65). Prevalências elevadas foram observadas nos adolescentes e nas gestantes (14,8%). Mulheres apresentaram risco de infecção quatro vezes maior do que os homens [ORprev. = 4,38 (IC 95% 2,66-7,26); p = 0,0000000], a razão de prevalência (RP) foi 4 e a prevalência atribuível para mulheres foi de 8,3. Prevalência em mulheres com mais de um parceiro foi de 16,6% (42/253), superior àquelas que só tiveram um parceiro 9,3% (70/753 p = 0,001). O risco de infectar- se foi o dobro nas com mais de um parceiro [ORPrev.= 1,74 (OR 95% 1,26-2,99); p = 0,002]. Mulheres com parceiro portador de corrimento uretral representaram agravo [OR = 4,4 (IC 95% 2,15-9,21); p = 0,0000104]. A co-infecção com Neisseria gonorrhoeae ocorreu em 17,3%. Conclusão: a prevalência nas mulheres é intermediária (aproximadamente 10%) quando comparada com as taxas publicadas na literatura internacional. A taxa em mulheres é significativamente maior do que nos homens e as maiores prevalências correspondem às adolescentes, sendo os principais fatores associa­ dos à infecção o incremento no número de parceiros e ter parceiro com corrimento uretral.

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Biografia do Autor

Adele S. Benzaken

Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta, Manaus, Amazonas, Brasil.

Enrique Galban, Universidad Calixto Garcia

Universidad Calixto Garcia, Havana, Cuba.

Fábio Moherdaui

Ministério da Saúde do Brasil, Brasília, DF, Brasil

Valderiza Pedroza

Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta, Manaus, Amazonas, Brasil

Felipe G. Naveca

Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta, Manaus, Amazonas, Brasil

José Carlos G. Sardinha

Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta, Manaus, Amazonas, Brasil.

Adauto Araújo

Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brasil.

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Publicado

2008-01-25

Como Citar

1.
Benzaken AS, Galban E, Moherdaui F, Pedroza V, Naveca FG, Sardinha JCG, et al. Prevalência da infecção por chlamydia trachomatis e fatores associados em diferentes populações de ambos os sexos na cidade de Manaus. DST [Internet]. 25º de janeiro de 2008 [citado 22º de novembro de 2024];20(1):18-23. Disponível em: https://bjstd.org/revista/article/view/917

Edição

Seção

Artigo original