A valiação do uso combinado do teste de triagem de papanicolaou e da reação em cadeia da polimerase para identificação de pacientes em risco de câncer cervical
Palavras-chave:
HPV, PCR, citopatologia, câncer, DSTResumo
Introdução: nos últimos anos, o interesse pelo estudo dos papilomavírus humanos (HPV) aumentou, uma vez demonstrada a evidência de seu potencial oncogênico, especialmente no trato genital feminino. A partir de 1950, o rastreamento das lesões genitais foi feito pelo teste de Papanicolaou (colpoci- tologia oncótica). Entretanto, a literatura o atribui altas taxas de falso-positivos e negativos. Objetivo: uma vez que a detecção precoce é crucial para prevenção do câncer cervical, analisamos o uso do PCR para detecção do DNA do HPV como teste complementar à atual rotina diagnóstica. Métodos: cerca de 450 esfregaços cervicais foram obtidos do banco de amostras do Laboratório de Diagnóstico Virológico da UFF. A prevalência do HPV foi ava liada pelo uso de primers consensuais MY09/11. Resultados: nossos resultados mostraram que 67,5% das amostras eram normais e dentre eles, 85,6% eram negativas pelo PCR, mas 14,4% estavam infectadas. As 32,5% amostras restantes tinham preventivo alterado e com alta prevalência de infecções por HPV, oscilando de 56,7% em ASCUS a 87,5% em LSIL. O índice Kappa apresentou boa concordância entre os testes (0,80). O valor preditivo positivo foi baixo (58%) indicando que casos relevantes podem ser subdiagnosticados como falso-negativos. Por outro lado, o valor preditivo positivo foi elevado (90,5%) revelando que o PCR, embora não deva ser usado como método de triagem, tem importante papel complementar ao preventivo, apontando os verdadeiros negativos, quando associado à colpocitologia oncótica normal. Amostras positivas para HPV pelo PCR-MY foram tipadas e a prevalência obtida revelou 48% HPV 16, 17% HPV 33, 13% HPV 18, 18% HPV 6 e 19% de HPV indeterminados. Conclusão: nossos resultados indicam que o uso combinado de ambos os testes parece ser a conduta diagnóstica mais adequada, permitindo avaliação eficiente do risco de câncer e assim colaborar em programas de prevenção.