Anemia em pacientes HIV-positivo atendidos em um hospital universitário de Pernambuco – Nordeste do Brasil
Palavras-chave:
síndrome da imunodeficiência adquirida, anemia, avaliação nutricional, antropometria, HIVResumo
Introdução: a anemia é a complicação hematológica mais frequente em pacientes infectados pelo HIV. Objetivo: avaliar a frequência de anemia em pacientes com vírus da imunodeficiência humana atendidos no Hospital das Clínicas de Pernambuco, durante o período de março a outubro de 2010. Métodos: estudo do tipo série de casos, composto por 108 indivíduos de ambos os sexos na faixa etária de 20 a 59 anos, no qual foi avaliada a frequência de anemia e sua associação com algumas características socioeconômicas, demográficas, clínicas e antropométricas. Resultados: foi evidenciado um predomínio do sexo masculino (60,2%) com média de idade próxima aos 40 anos e precário nível socioeconômico (74,2% dos pacientes com renda familiar inferior a dois salários mínimos). A frequência de anemia foi elevada, em 56,4% da amostra, sendo na sua maioria classificada como normocítica (59,0% dos anêmicos) e de gravidade moderada (49,2%). Na avaliação antropométrica, 18,5% e 27,7% dos pacientes foram classificados como baixo peso e excesso de peso, respectivamente, e um elevado percentual teve diagnóstico de desnutrição pela avaliação das medidas do braço (circunferência do braço (CB) = 64,8%; prega cutânea tricipital (PCT) = 72,3%; e circunferência muscular do braço (CMB) = 49,1%). Na análise da associação entre a anemia e as variáveis estudadas, foi evidenciada associação com a renda familiar ≤ 2 salários mínimos, com o nível de células CD4 < 200 céls./mm3 e com a ocorrência de infecções oportunistas. Conclusão: a elevada prevalência de anemia na amostra estudada representa um alerta, considerando que esse distúrbio tem sido associado à piora da condição clínica e ao risco aumentado de mortes em pacientes infectados pelo HIV.